Além do trauma da violência sexual, as vítimas de estupro ainda precisam enfrentar outro drama: a luta para evitar a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada. Com o número de notificações do crime cada vez maior no estado — só no primeiro semestre foram 3.453 registros, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP) —, é grande a preocupação dos profissionais de saúde para que todas as vítimas recebam o atendimento adequado, já que a eficácia do tratamento é sempre maior quando é iniciado imediatamente após o ataque. Mas, abaladas pelo impacto da violência, nem sempre as pessoas sabem o que fazer e a quem recorrer. “O ideal é procurar o tratamento o mais rápido possível, já nas primeiras horas, independente do sexo ou idade da vítima, e se ela já fez o registro do caso na delegacia ou não. Assim, ela evita danos para a saúde, já que o crime em si é um trauma grande”, diz Fernanda Prudêncio, gerente do Programa Saúde da Mulher do município do Rio. A rede possui serviço especial de atendimento às vítimas de violência sexual em todos os seus hospitais, maternidades e UPAs. No ano passado, o município registrou 3.345 fichas de notificações de violência (inclui todos os tipos de registros oficiais), sendo 436 dessas crimes sexuais. Na rede estadual, as sete principais emergências, incluindo o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, estão preparados para receber e tratar esses casos. CONTRACEPTIVO DE EMERGÊNCIA Para evitar a gravidez, a mulher deve tomar combinação de contraceptivos de emergência com doses altas de hormônios, durante um dia inteiro, e que são eficazes se ingeridos até 72 horas após a relação sexual indesejada. DSTs / AIDS Já no primeiro atendimento médico, a vítima faz exames para descartar a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis ou pelo vírus HIV. O paciente começa a tomar coquetel de remédios, que inibe a contaminação. A ingestão dos medicamentos pode durar semanas, de acordo com o tratamento. ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO Na maioria das unidades das redes municipal e estadual, além do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, é realizado, além do atendimento ambulatorial, o acompanhamento psicológico e social das vítimas. As sessões de análise são semanais, com duração de seis meses ou mais, dependendo do estado do paciente. INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ A interrupção legal de gravidez em caso de estupro é permitida somente por meio da comprovação do crime, com a notificação na rede de saúde ou registro policial, na época do ocorrido, além de avaliação médica e protocolo. A interrupção só é feita até, no máximo, a 22ª semana de gestação. |
Fonte: O Dia
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