* Por Dora Pires
Em 20 de novembro de 1695 morre Zumbi dos Palmares. Líder do quilombo e um personagem da história do País que representa a luta do negro contra a escravidão do Brasil colonial. Hoje, a luta continua e desde 2003 a data foi instituída como sendo o Dia Nacional da Consciência Negra.
Considero a palavra consciência muito bem empregada para fazer referência a data em questão. Refletir, lembrar, perceber, conhecer e entender são sinônimos e ações que precisam fazer parte da consciência das pessoas sobre o negro no Brasil. Agentes sociais que tiveram a própria história sobrepujada pela narrativa enaltecida sobre o arrojado e dinâmico empreendedorismo do homem branco no novo continente.
A consciência é um mecanismo poderoso que define mudanças. Tem um papel indutor no avanço do desenvolvimento social, da justiça e da igualdade. É por meio do pensamento consciente que passamos de coadjuvantes para atores principais na busca de uma sociedade mais justa e mais igualitária. Temos que entender e participar das necessárias mudanças sobre os historicamente massacrados.
Um grande passo, que faz toda a diferença no entendimento e consciência das distinções entre negros e brancos, é de que o disparate das desigualdades não vem da natureza e sim da cultura. Da edificação de valores historicamente discriminatórios que carregamos desde a chegada dos portugueses quando índios foram ameaçados, e tiveram a liberdade cerceada. Na sequência, os povos africanos foram trazidos à força e assim foi escrita uma longa e tenebrosa história de escravidão, castigo, desigualdade, pobreza e exclusão.
Portanto, o Dia Nacional da Consciência Negra tem que ser lembrado, celebrado, disseminado e conscientizado. Só dessa maneira é possível vislumbrar um futuro sem preconceito e longe da inferiorização do negro perante a sociedade. Todos os povos que estão presentes na história do nosso país contribuíram para a formação do Brasil. E se queremos um Brasil desenvolvido e forte temos que resgatar a dignidade de todos que fazem parte dessa grande nação.
O PSB está comprometido e não abre mão para com esse débito e age como protagonista nessa questõe. Temos que estar atentos e vigilantes, agindo diariamente em prol dos historicamente menos favorecidos. Omissão é cumplicidade! Viva a nossa negritude miscigenada que nos faz o melhor povo do planeta!
* Dora Pires é secretária Nacional de Mulheres do PSB