O governo estuda uma medida para que as empresas tenham uma cota mínima de mulheres em um lugar central das empresas: o conselho de administração.
A Secretaria de Políticas para as Mulheres não tem uma equipe para o assunto, mas avalia um pedido do Grupo Mulheres do Brasil, liderado por Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, sobre o tema. Ela diz que levará o projeto à presidente Dilma. O grupo sugere como meta reservar 15% das cadeiras. “Fui patrona de uma turma que formou executivas para conselhos e garanto que existe gente capaz. [Sem cotas] vamos levar cem anos para termos 10%.” Mas as cotas não são unanimidade entre as mulheres. Marta Viegas, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, diz ser contrária porque há risco de estigmatizar as profissionais, que podem ser vistas como incompetentes, e que a política criaria laranjas, só para que a empresa se adeque à norma. No país, quem tem a maior porcentagem de mulheres no conselho é o Santander. De nove cadeiras, elas ocupam duas. Marília Rocca, uma delas, diz que cotas podem desvalorizar a funcionária e que o banco fez um esforço voluntário para ampliar a presença feminina. A segunda com a maior proporção é o Banco do Brasil Seguridade, que tem uma conselheira, a engenheira Isabel da Silva Ramos, em um quadro de cinco pessoas. Ela levanta dúvidas sobre a proposta: “Eu queria ver as mulheres chegando lá por mérito e não por cota.” O argumento é rebatido por Regina Madalozzo, do Insper: “Não há igualdade de condições para chegar lá”. Para ela, um conselho mais diverso daria atenção ao tema das oportunidades para mulheres, o que faz com Países como Alemanha e Noruega adotaram cotas. Israel e Áustria estabeleceram porcentagens mínimas em empresas públicas. Felipe Gutierrez |
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Fonte: Folha de S. Paulo
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