A décima edição do Dossiê Mulher, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), mostra que grande parte dos delitos cometidos contra as mulheres ocorre no espaço doméstico ou no ambiente familiar. Desde 2005, ano da primeira edição do Dossiê Mulher, os dados demonstram que campanhas de esclarecimento e serviços especializados são de extrema importância para que as mulheres registrem as ocorrências das quais são vítimas.
Segundo os dados analisados no estudo, as mulheres predominam como vítimas de delitos de estupro, de ameaça e de lesão corporal dolosa, tendo, na maioria das vezes, como prováveis agressores seus companheiros ou pessoas do seu convívio familiar. Foram selecionados onze delitos para análise, baseados na gravidade dos crimes e ainda com referência aos tipos de violência abarcados pela Lei Maria da Penha. Os onze delitos foram separados em cinco seções para análise: violência sexual, violência física, violência psicológica, violência moral e violência patrimonial. As vítimas do sexo feminino representam a maioria em oito dos onze títulos analisados: lesão corporal dolosa (64,0% dos registros são contra mulheres), estupro (83,2%), tentativa de estupro (91,3%), violação de domicílio (66,7%), supressão de documento (58,0%), calúnia/injúria/difamação (73,6%), ameaça (65,5%) e constrangimento ilegal (59,0%). E são minoria nos títulos: homicídio doloso (8,5%), tentativa de homicídio (12,3%) e dano (49,9%). O detalhamento de alguns desses delitos mostram um percentual significativo de mulheres que são vítimas de violência doméstica e/ou familiar: lesão corporal dolosa (60,5%), ameaça (56,5%), violação de domicílio (42,1%), supressão de documento (42,4%), calúnia/injúria/difamação (40,0%), dano (48,4%), tentativa de homicídio (35,5%), estupro (31,3%), constrangimento ilegal (31,3%), tentativa de estupro (26,3%) e homicídio doloso (12,4%). O significativo número de registros indica que as mulheres estão mais informadas das variadas dimensões da violência a que estão expostas e que esta não se resume apenas às agressões físicas. Com o estudo, é possível ter um panorama mais amplo da violência contra a mulher, observada em suas cinco formas: física, sexual, patrimonial, moral e psicológica.O Instituto de Segurança Pública, com a divulgação da décima edição do Dossiê Mulher, espera, na medida de suas atribuições de ente público e comprometido com a transparência, contribuir para o aumento da visibilidade de um tipo de violência. Com isso, os dados e análises acumulados pelo relatório ao longo desses dez anos materializam nossa colaboração para a implantação e o aprimoramento de políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher, bem como de ações estratégicas em prol dessa parcela da população. Os dados do relatório são referentes aos registros da Polícia Civil durante o ano de 2014, e ainda dados relativos aos anos anteriores para análises comparativas. O Dossiê conta ainda com os dados georreferenciados da rede de atendimento e organismos de políticas públicas para mulheres em situação de violência no estado. Estes dados foram fornecidos pela Subsecretaria de Políticas para as Mulheres. Destaques do relatório Estupro Homicídio Doloso Ameaça Lesão Corporal Dolosa |
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Fonte: ISP
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