Judicialização contra o prefeito Ricardo Nunes tem sido estratégia eleitoral utilizada por Guilherme Boulos, Tabata Amaral e Kim Kataguiri
O prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB) tem sido alvo de ações judiciais e denúncias dos deputados federais Guilherme Boulos (PSol-SP), Tabata Amaral (PSB-SP) e Kim Kataguiri (União Brasil-SP), políticos que planejam enfrentá-lo nas eleições para a Prefeitura de São Paulo em 2024.
A pouco mais de um ano da disputa, os três parlamentares já acionaram órgãos como o Tribunal de Justiça (TJSP), o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o Tribunal de Contas do Município (TCM), a Controladoria Geral do Município (CGM) e a Procuradoria Geral da República (PGR) contra o atual prefeito, que busca a reeleição no próximo ano.
As reclamações miram alguns dos principais investimentos de Nunes para as eleições, como habitação e asfalto, o que inclui o recapeamento de diversas vias do município.
O Metrópoles mostrou, em maio, que a judicialização já havia sido adotada pela pré-campanha de Boulos. Isso inclui uma licitação aberta para a fiscalização de ônibus, ações para retirar barracas de moradores de rua, a revisão no Plano de Metas e gastos da Prefeitura com o Autódromo de Interlagos, que recebeu o festival The Town nas últimas semanas.
Nunes na mira dos deputados
Na terça-feira (12/9), Kim Kataguiri, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), enviou uma representação à PGR pedindo que o órgão investigue possíveis irregularidades no remanejamento de R$ 220 milhões de oito órgãos municipais para turbinar a verba destinada ao recapeamento de ruas e avenidas da cidade.
Já na última semana, Tabata Amaral denunciou ao TCM que a Prefeitura não tem realizado a fiscalização periódica do contrato firmado com a Sabesp.
A representação foi enviada duas semanas após a inclusão da capital paulista em um sistema integrado de governança dos serviços de saneamento, o que foi visto como medida que facilita a privatização da Sabesp, uma das promessas de campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Nunes.
Além disso, ela denunciou à CGM a existência de suspeitas contra a empresa que distribuiu às escolas da rede municipal um kit de ciências com imagens de fuzil nas respectivas embalagens e também acionou o MPSP contra uma alteração no edital do projeto habitacional “Pode Entrar”, que teria elevado os custos dos imóveis.
Em maio, a gestão Nunes revogou um edital no valor de R$ 20 milhões que turbinaria os gastos com publicidade após Tabata conseguir suspender a licitação na Justiça. Na sequência, os contratos da Prefeitura com propaganda entraram na mira do MPSP.
Nunes tem dito a aliados que seus prováveis adversários em 2024 tentam inviabilizar seus principais projetos com intuito meramente eleitoral. O prefeito trava há meses uma troca de farpas com o TCM, órgão que mais tem travado projetos da Prefeitura por suspeita de irregularidades.