Setor nuclear brasileiro está preocupado com rumores de uma possível saída de Luciana Santos para acomodar parlamentares do Centrão
O rumor de uma possível saída da Ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, para acomodar parlamentares do Centrão deixou o setor nuclear brasileiro preocupado, já que a entrada de um nome sem experiência pode desarticular os avanços já ocorridos.
Entre outras atribuições, a agenda da ministra inclui pautas no setor nuclear. O presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha, diz que entende que é importante o governo ter maioria para ter governabilidade, mas se diz estar preocupado que uma pasta tão importante seja ocupada por alguém sem familiaridade com o setor.
“Ciência e Tecnologia foi alvo de um massacre no governo anterior [do ex-presidente Jair Bolsonaro-PL] com falta de investimentos. Foi terra arrasada. Agora, a Abdan, como entidade empresarial, nota que os ministérios começaram a funcionar. O de Ciência e Tecnologia foi o primeiro”, diz Cunha.
Segundo ele, o setor atômico vê a ministra como uma dirigente proativa, já que ela fez anúncios importantes e liberou recursos para o setor. Interromper este processo seria criar uma expectativa ruim no setor empresarial que pode atrapalhar os avanços já ocorridos. De acordo com o executivo, qualquer dirigente que sentar na cadeira, em uma eventual troca, precisará, no mínimo, de seis meses para dar continuidade aos processos.
“O setor dialoga com os ministérios de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Defesa, com o comando da Marinha, com a Saúde, Anvisa, Segurança institucional, GSI. É um setor multidisciplinar e não é para amador. Temos que ter cuidado com o que é aceito neste setor. (…). A gente não vê com bons olhos a troca da ministra de Ciência e Tecnologia e isso pode atrapalhar mais uma vez o setor e ainda tem muitas indefinições acontecendo”, alerta.
O cargo da ministra está no meio das possíveis trocas desenhadas pelo Planalto para abrir espaço a membros do PP e Republicanos e aumentar a base de apoio ao governo no Congresso Nacional.