A primeira-dama Rosângela Silva sinalizou incômodo com a eventual diminuição do número de mulheres no primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios.
Segundo auxiliares palacianos, Janja reconhece a importância de melhorar a relação com a base aliada, mas observa que a questão de gênero não deve ser ignorada.
Apesar de não estar satisfeita, a primeira-dama não pretende interferir na formulação do novo desenho da equipe ministerial.
A Caixa Econômica Federal, hoje presidida por Rita Serrano, pode perder o comando feminino para um nome ligado ao centrão. O Palácio do Planalto já recebeu a indicação do ex-ministro e ex-presidente do banco público Gilberto Occhi, nome ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O centrão também pressiona para que o Ministério do Esporte, hoje capitaneado pela ministra Ana Moser, seja assumido por um deputado federal. No Turismo, a substituição de Daniela Carneiro por Celso Sabino, ambos do União Brasil, já foi chancelada pelo governo.
Ao todo, o alto escalão do governo é composto por 11 mulheres, de um total de 37 ministros. A representação feminina atual é a maior nomeada por um presidente da República.
Além disso, Janja já havia sinalizado insatisfação com a possibilidade da saída do ex-governador petista Wellington Dias do Ministério de Desenvolvimento Social.
Nos bastidores, no entanto, Lula tem argumentado que, mesmo que a pasta responsável pelo Bolsa Família seja entregue ao PP, é muito difícil que o programa social não seja vinculado a uma conquista petista.
Ele tem lembrado que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) até modificou o nome do programa social para Auxílio Brasil, mas que a população brasileira continuou chamando de Bolsa Família.