A Comissão de Meio Ambiente (CMA) discutiu nesta quinta-feira (15) em audiência pública o papel da mulher no enfrentamento à crise climática, uma iniciativa da presidente do colegiado, senadora Leila Barros (PDT-DF), primeira mulher a presidir a CMA. O evento faz parte da programação Junho Verde do Senado Federal
A COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DEBATEU EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUINTA-FEIRA O PAPEL DA MULHER NO ENFRENTAMENTO DA CRISE CLIMÁTICA. O EVENTO FAZ PARTE DA PROGRAMAÇÃO DO JUNHO VERDE DO SENADO FEDERAL.
Por iniciativa da senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, primeira mulher a presidir a Comissão de Meio Ambiente, o colegiado discutiu em audiência pública o papel feminino no enfrentamento à crise climática. Temas como produção e consumo, reciclagem de resíduos, políticas públicas para o meio ambiente e aspectos filosóficos sobre o tema foram apresentados pelas participantes. Ao mencionar que as mulheres possuem um conhecimento ancestral sobre o uso sustentável dos recursos naturais, a senadora Leila defendeu a inclusão deste saber nas estratégias de enfrentamento à crise climática, bem como mais oportunidades às mulheres, que são a maioria da população brasileira, para atuarem em prol do meio ambiente. Ela destacou ainda que em muitas comunidades a parcela feminina da população é a mais afetada pelas mudanças climáticas.
“São elas que carregam o fardo das secas, inundações e desastres naturais, já que são as responsáveis pela segurança alimentar, pela água e pelo bem-estar de suas famílias. As mulheres têm um profundo conhecimento ecológico e estão intimamente ligadas às práticas sustentáveis. Elas têm sido guardiãs do meio ambiente. Ao fortalecer o papel das mulheres no enfrentamento à crise climática estaremos promovendo um futuro sustentável onde todas as pessoas tenham oportunidades iguais de prosperar e de contribuir para a proteção do nosso planeta.”
Ao ressaltar que clima e meio ambiente são uma prioridade do governo, a secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, defendeu a união das mulheres para a busca de soluções locais que vão gerar reflexos globais.
“Para nós mulheres, quando a gente olha para o tema de mudanças do clima, a gente olha para uma transformação muito mais profunda do que uma escolha tecnológica. A escolha tecnológica existe, mas o que a gente está falando é de uma transformação talvez ecológica profunda que é olhando para os temas de consumo, valores, para os temas de modelo de desenvolvimento que a gente vai ter.”
Ao citar que mais de 80% dos catadores são mulheres, Aline Sousa, diretora da Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal e Entorno, defendeu mudanças de hábitos e comportamentos da sociedade. E pediu apoio do Parlamento.
“A gente precisa trabalhar projetos de lei que fomentem justamente estas metas ambiciosas de forma obrigatória. É mudar o sistema de coleta, é orientar a sociedade de forma contínua, é mudar o uso de produtos que são danosos à saúde pública e a saúde da nossa fauna e flora. É priorizar a coleta seletiva, é trabalhar a educação ambiental, mas dizer que não dá mais para a gente não ter metas ambiciosas e obrigatórias relacionadas a resíduos.”
O debate integra a programação Junho Verde do Senado, que visa conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Também participaram da audiência a filósofa, física, ecofeminista e ativista ambiental indiana Vandana Shiva; a vice-presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável, Samanta Pineda; e a coordenadora do coletivo Jovens pelo Clima, Ana Terra Santana.