Iniciativa faz parte do movimento 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher
A ideia surgiu no Canadá: simbolizar, por meio de um laço branco, a mobilização dos homens pelo fim da violência contra as mulheres. A data escolhida, 6 de dezembro, lembra um evento trágico ocorrido em 1989, que foi o assassinato em massa de mulheres em uma escola de Montreal. Atualmente, cerca de 50 países têm manifestações da sociedade civil para ressaltar que, se há homens agressores, existem aqueles que repudiam as agressões.
Um bóton com o laço branco esteve no peito dos parlamentares durante a mobilização feita na Câmara dos Deputados, dentro da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher. Desde 2007, a Lei do Laço Branco destaca a importância do 6 de dezembro para esse esforço de conscientização.
O deputado Denis Bezerra (PSB-CE), um dos que aderiu ao laço branco na lapela, ressaltou a necessidade de fortalecimento de políticas públicas como a Casa da Mulher Brasileira, que oferece acolhimento multidisciplinar às mulheres agredidas.
Ele enfatizou a importância de mudar a concepção dos homens sobre os relacionamentos com as mulheres, garantindo independência a elas. “A gente precisa fazer esse trabalho de conscientização dos homens de que a mulher não é uma propriedade, de que o convívio tem de ser harmonioso e, se não está mais dando certo, é melhor se separar do que ficar com essas questões de agressão e até mesmo homicídio”, afirmou Bezerra.
Pandemia
Durante a mobilização, os parlamentares apontaram o crescimento dos índices de violência contra a mulher durante a pandemia de Covid-19. A deputada Tereza Nelma (PSDB-AL), que é a Procuradora da Mulher da Câmara, lamentou que o isolamento social imposto pela crise sanitária tenha tido essa consequência.
“É muito contraditório. No momento em que essa pandemia veio, que as famílias tiveram de conviver, passar o dia juntos, explodiu a violência. Isso é muito triste, houve um aumento expressivo de feminicídio e de estupros no nosso país”, disse a parlamentar.
Empoderamento
Secretária-adjunta da Secretaria da Mulher da Câmara, a deputada Luisa Canziani (PTB-PR) citou iniciativas que tentam combater questões estruturantes ainda muito presentes na sociedade brasileira.
“Nós temos trazido ações inovadoras, como o incentivo ao empreendedorismo feminino, a participação das mulheres em áreas como ciência, tecnologia e inovação, para que a gente possa empoderá-las, garantindo independência financeira, até porque mulheres independentes financeiramente ficam menos suscetíveis a sofrerem violência”, declarou.
Além dos laços brancos, a manifestação na Câmara pela mobilização dos homens contra a violência de gênero incluiu cartazes com slogans como “O Machismo Mata Todos os Dias” e “Viver em um Lar sem Agressor é um Direito de Todos”.
Fonte: Agência Câmara de Notícias