Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós condecorou cinco mulheres nesta quinta-feira, em evento na Casa
Mulheres brasileiras que se destacam pelo trabalho em defesa dos direitos femininos receberam da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (21), o “Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós”.
Elas foram indicadas por parlamentares e escolhidas pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher para receber a homenagem. As agraciadas foram:
– a secretária nacional de Políticas para as Mulheres, Cristiane Britto;
– a ativista pelos direitos das empregadas domésticas Lenira Carvalho, falecida em agosto passado, aos 88 anos;
– a desembargadora e coordenadora estadual da Mulher em Situação de
Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, Salete Sommariva;
– a fundadora do projeto Costurando Sonhos Brasil, que capacita e certifica, em corte e costura, mulheres em situação de vulnerabilidade social, Suéli Feio; e
– a médica Terezinha Ramires, falecida em março deste ano, aos 90 anos, fundadora da Associação Alagoana Pró-Mulher.
As indicações foram feitas, na ordem, pelos deputados Maria Rosas (Republicanos-SP), Carlos Veras (PT-PE), Carmen Zanotto (Cidadania-SC), Tabata Amaral (PSB-SP) e Tereza Nelma (PSDB-AL).
Igualdade
Na cerimônia, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, deputada Elcione Barbalho (MDB-PA), destacou a luta pela ocupação igualitária dos espaços de poder e decisão por homens e mulheres, pela igualdade salarial e pelo fim da violência contra a mulher.
Na avaliação de Elcione, as homenageadas deste ano pelo diploma Carlota Pereira de Queirós representam a força e o amor ao próximo. “São heroínas da vida real, pessoas que decidiram que a mudança precisa começar aqui e agora, que fizeram e fazem diferença em suas comunidades e nos órgãos em que atuam”, declarou.
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, acrescentou que as homenageadas são “mulheres incríveis, merecedoras do diploma”.
Já a coordenadora da bancada feminina na Câmara, deputada Celina Leão (PP-DF), destacou a simbologia do diploma Carlota Pereira de Queirós. “Ele mexe com mulheres que lutam e trabalham e nos representam todos os dias, dentro e fora da Câmara. Tem gente que acha que ser político é ter mandato, mas ser político é fazer o bem para as pessoas, é participar dos debates na sociedade. É isso que essas mulheres valorosas fizeram, elas nos representam fora do Parlamento.”
Reconhecimento
Ao receber o diploma, Cristiane Britto agradeceu pelo reconhecimento de seu trabalho à frente da Secretaria de Políticas para as Mulheres, de onde vem conhecendo de perto a realidade das mulheres brasileiras.
“O reconhecimento me traz a certeza de que estou na trilha correta, mas que preciso avançar na luta pelos direitos das mulheres, de todas elas. Das marisqueiras, das quebradeiras de coco, das agricultoras familiares, das quilombolas, das ribeirinhas, das indígenas, das médicas, das cientistas, das voluntárias e de tantas outras que enchem o meu coração de motivação”, declarou a secretária.
Também presente na cerimônia, Suéli Feio contou a história do projeto Costurando Sonhos Brasil, que começou na comunidade paulistana de Paraisópolis e desde 2017 capacitou mais de 400 mulheres, em sua maior parte vítimas de violência doméstica.
“Criamos uma marca não porque a gente desejou, mas porque depois da capacitação vimos que não era tão fácil inserir as mulheres no mercado de trabalho e, como alternativa, criamos nossos próprios produtos e resolvemos comercializar”, esclareceu Suéli.
O prêmio
A paulistana Carlota Pereira de Queirós (1892-1982), que dá nome ao prêmio entregue pela primeira vez em 2004, foi a primeira deputada federal eleita da história do Brasil, em 1934. Médica, escritora, pedagoga e política, Carlota participou dos trabalhos na Assembleia Nacional Constituinte, entre 1934 e 1935.
Seu mandato, em defesa da mulher e das crianças, foi dedicado a ações educacionais que contemplassem melhor o tratamento às mulheres. Ocupou o cargo de deputada federal até 1937, quando Getúlio Vargas fechou o Congresso.
Fonte: Agência Câmara de Notícias