Enquanto representantes das mulheres socialistas, as companheiras que integram a Executiva da Secretaria Nacional de Mulheres do PSB; a senadora do partido pelo Distrito Federal, Leila Barros; a deputada federal pela Bahia, Lídice da Mata; e a vice-governadora do Espírito Santo, Jacqueline Moraes, participaram da gravação do vídeo “Os desafios das mulheres na pandemia”, produzido para celebrar o 8 de março, Dia Internacional da Mulher. O vídeo apresenta a mensagem de união e empatia, elementos tão necessários para sobrevivermos a este Brasil governado por Jair Bolsonaro.
Com depoimentos das companheiras Dora Pires (PE) Secretária Nacional; Francileide Passos (MT) Secretária Geral; Silvana Castro (PI) Secretária de Finanças; Ely Almeida (AP) Coordenadora de Formação Política; Maria Salete Ramos da Silva (SP) Coordenadora de Movimentos Sociais; Laura Gomes (PE) Coordenadora de Relações Institucionais e Parlamentares; Glauce Jane Cordeiro (MA) Coordenadora de Comunicação; Carla Britto (AC) Coordenadora de Direitos Humanos; Neide Lima (ES) Coordenadora de Raça e Etnia; Mardelene de Jesus (MG) Coordenadora de Articulação e Mobilização; e Geralda Resende (DF) Coordenadora de Organização e Eventos, o vídeo teve foco nos dados que algumas mulheres têm enfrentado durante a pandemia de COVID-19 e suas consequências devido ao isolamento social.
A escolha do tema se mostrou ser da maior importância para as brasileiras visto que ainda seguimos distante do horizonte que anuncia o fim do isolamento social e a volta à normalidade, o que, diretamente influencia para a manutenção de muitas situações de violência.
Estado Brasileiro abandona as mulheres à própria sorte
A ausência de políticas públicas mais efetivas que coíbam as diversas violências contra as mulheres, bem como os desmontes de conselhos, conferências e mecanismos legais que atuavam como órgãos de controle e fiscalização, aliada à transformação do atual Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, em um espaço de conversão religiosa liderada pela pastora Damares Alves, bem como o desmantelamento da expansão da Casa da Mulher Brasileira foram ações fundamentais para chegarmos ao abandono quase completo das mulheres, em especial àquelas que estão à margem da sociedade.
Tal descaso reflete no número de denúncias que passam a ser ‘meras’ estatísticas. Sem uma política nacional que ofereça uma rede de segurança e dignidade às mulheres, como as milhares de vítimas farão para sair de casa e alcançarem a liberdade da violência com a garantia de uma renda, considerando que a maioria das agressões são cometidas por companheiros, esposos, pais, irmãos, etc?
A autorreforma do PSB surge como um alento para as mulheres ao defender – livro 4 da Autorreforma do PSB – a “proteção dos direitos humanos como valor fundamental e a inovação na conjugação de prevenção, com programas e ações de prevenção qualificada, devem ser o ponto de partida para se pensar em novas estratégias para a redução da violência e a promoção da Segurança Pública”
Maioria na sociedade e minoria na política – até quando?
Ainda de acordo com o livro 4 da Autorreforma, as mulheres mesmo “representando, hoje, mais de 52% da população brasileira e do eleitorado, e mais de 43% da população economicamente ativa, são sub-representadas nos espaços de poder e no parlamento federal com apenas 15% de componentes na Câmara dos Deputados e no Senado, em 2018. Só esses dados são suficientes para revelar a precariedade da democracia brasileira, que compromete a sua própria estrutura”.
Mesmo com as cotas para as mulheres ingressarem na política, os direitos delas continuam sendo subtraídos por meio das candidaturas laranjas e das dificuldades para ingressar e/ou permanecer no mundo político. Isso só reforça que a violência política contra mulher permanece aumentando.
Não existe outra saída para transformar esta realidade a não ser a ampliação da participação feminina na vida político-partidária. De que adianta sermos a maioria da população se ainda somos alijadas dos processos decisórios?
Mulheres, filiem-se, participem da formação política para propor melhorias, defender a ampliação e a manutenção dos direitos dessa população e candidatem-se para os cargos eletivos. Precisamos ir à luta, dentro e fora dos partidos.
A nossa vida depende de nós. Somos a maioria da população e não podemos tolerar que sejamos submetidas a violências diárias. A sororidade e o fortalecimento entre nós são formas de nos mantermos acolhidas. Lembre-se: toda mulher é uma potência e não podemos jamais nos esquecer disso.