Nos últimos dois dias, cinco mulheres foram encontradas mortas em diferentes locais da Espanha, supostamente vítimas de seus parceiros ou ex-parceiros. Nesta quarta-feira (19) foram encontradas as últimas duas vítimas da violência machista, na segunda e terça-feira foi achada uma em Melilla e outra em Madri. Há duas semanas morreram quatro mulheres em dois dias só na Andaluzia. Na primeira hora, antes que se soubesse a notícia da morte das duas últimas mulheres, a vice-secretária do Psoe (Partido Socialista Operário Espanhol), Elena Valenciano, qualificou a situação de “emergência nacional” e a secretária de Estado de Serviços Sociais e Igualdade, Susana Camarero, afirmou que os partidos se reunirão para discutir a situação. Só este ano já morreram 18 mulheres por violência de gênero, segundo cálculos deste jornal. Uma porta-voz do Observatório da Violência de Gênero explica: “Segundo dados do governo, oficialmente são 15 vítimas em 2014. Há outras três em investigação (mãe e filha mortas em Cádiz no início de março e uma vítima em fevereiro em Fuenlabrada), e outros três pendentes de contabilização (os três últimos casos conhecidos, em Gelida, Melilla e Madri). ” MelillaUma mulher de 64 anos e seu parceiro de 66 foram encontrados mortos na noite desta terça-feira em uma casa no bairro de San Francisco de Assis, segundo “El País”. Ela foi esfaqueada sobre a cama, possivelmente “degolada”, segundo informaram fontes policiais, e ele estava enforcado no quintal da moradia. Os agentes acreditam que tudo indica um caso de violência machista. O suposto agressor era um militar aposentado. Uma vizinha encontrou os cadáveres. Segundo as primeiras investigações, “não havia denúncia prévia por maus-tratos”. MadriNesta quarta-feira a polícia anunciou que está investigando o homicídio de uma mulher de 60 anos que apareceu morta nesta segunda-feira em sua casa, no bairro de San Blas. María del Pilar S. R. Foi encontrada por sua enteada e uma vizinha, que entraram no domicílio com uma chave. A mulher estava no banheiro, com um golpe na base do crânio, que segundo a autópsia aponta para um suposto homicídio. A investigação está em aberto, e se desconhece se existiam denúncias e qual era a situação familiar. Na última segunda-feira também foi encontrado o corpo de María José S. C., 49, na casa de seu ex-parceiro, com ferimentos de arma branca e sinais de asfixia. Quando os bombeiros entraram, o ex-parceiro estava lá. A polícia deteve o homem de 50 anos, que não tem antecedentes penais. Não havia denúncias de violência de gênero. O suposto agressor tinha dito à vítima que se não voltasse ele se suicidaria, e por isso ela retornou a sua casa. CatalunhaNa terça-feira, os Mossos d’Esquadra (a polícia catalã) detiveram um homem de 58 anos acusado de matar sua parceira de 57. Na segunda-feira esta foi encontrada morta em sua casa, no município de Gelida. A vítima apresentava sinais de violência. O juiz implantou o segredo de justiça no caso e não consta se havia denúncias anteriores. Em 2014 já morreram cinco mulheres nas mãos de seus parceiros na Catalunha, mais que em todo o ano anterior nesta comunidade. País BascoAndina Pereira de Brito, uma brasileira de 35 anos, foi encontrada morta com sinais de violência na última segunda-feira em Mungia. Um de seus filhos, menor de idade, encontrou a mãe inconsciente em casa e chamou o serviço de emergência, que tentou reanimá-la sem êxito. A mulher foi supostamente estrangulada por seu ex-parceiro, um espanhol, que foi detido. Ele está separado de outra mulher e tem vários antecedentes policiais por maus-tratos na relação anterior. A vítima não tinha apresentado denúncia, mas fontes de seu entorno informaram à agência Efe que ele “não a deixava tranquila” e que o crime era previsto. Pereira de Brito tinha dois filhos, de 10 e 7 anos, e acabava de romper sua relação com o agressor. A polícia abriu uma investigação. É o primeiro assassinato machista deste ano no País Basco. Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves |
Fonte: Uol Notícias
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