O espaço da mulher extrapolou em muito as fronteiras um dia estabelecidas por uma sociedade onde o homem mandava e a mulher obedecia. Mas por mais que mudanças tenham ocorrido, um grande tanto permanece inalterado. Entre estes significativos restos, habita o constante assédio que as mulheres sofrem nas ruas. Uma pesquisa chamada “Chega de Fiu Fiu”, publicada no ano passado pelo site ThinkOlga.com, revela que 98% das mulheres brasileiras já receberam cantadas na rua e 83% declararam não gostar deste tipo de ofensa transmitida como elogio. Apesar disso, apenas 27% das entrevistadas afirmaram que respondem aos gritos de “gostosa”, “delícia”, entre outros impropérios. Para mostrar que caminhar em um espaço público não torna o corpo das mulheres públicos, a artista estadunidense Tatyana Fazlalizadeh resolveu usar os muros das cidades para questionar o assédio e educar os homens para o que não é aceitável. O “Pare de mandar as mulheres sorrirem” [Stop Telling Women to Smile, em inglês] começou em 2012, no bairro do Brooklyn, em Nova Iorque, e já se espalhou por outros estados dos EUA. “O trabalho usa retratos de mulheres, compostos com frases que falam diretamente com os agressores em espaços públicos. O trabalho nasceu da ideia de que a arte de rua pode ser uma ferramenta de impacto para parar com esses abusos”, afirma a artista pelo site. Ao pedir para mulheres retratadas escolherem os lugares onde as agressões verbais ocorreram como espaço para a exposição pública, a artista espera dar uma chance das mulheres de superarem e lutarem contra esse comportamento. Com frases como “minha roupa não é um convite”, “você não tem direito ao meu espaço”, “meu nome não é gatinha” e “mulheres não estão aí para seu entretenimento”, a artista promove uma experiência contundente de disputa do espaço público. Confira abaixo algumas das fotos do projeto e acesse o site por aqui para conhecer mais o trabalho de Tatyana.
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Fonte: Envolverde
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