Há 30 anos a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 25 de novembro como o Dia Internacional de Luta pela Não Violência contra as Mulheres com o intuito de conscientizar todos para esse grave problema que mulheres de todo o mundo enfrentam. Também completa 20 anos a campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra as Mulheres, criada pelo Centro para a Liderança Global das Mulheres(Center for Women’s Global Leadership – CWGL), para enfatizar que esta forma de violência é uma grave violação dos direitos humanos. Os 16 dias terminam no dia 10 de dezembro, dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas. A campanha Quem Ama Abraça! acontece no âmbitoda celebração dessas datas e foi criada para disseminar a mensagem de que as mulheres do nosso Brasil e do mundo inteiro têm o direito de viver uma vida sem violência e repleta de paz como todas e todos. QUEM AMA ABRAÇA! Dados recentes mostram que, ao contrário do que sempre se disse, a violência contra a mulher não é uma mera questão de “briga de casal”, mas sim uma violação dos direitos humanos das mulheres que demanda ações e políticas públicas. O seu enfrentamento é um desafio que deve ser abraçado por todas e todos. Com o intuito de contribuir para o enfrentamento problema social, lançamos a Campanha Quem Ama Abraça, marcando os 30 anos do dia 25 de novembro – Dia Internacional de Luta pela Não Violência contra as Mulheres e os 20 anos dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da Violência Contra as Mulheres. Clipe Musical A campanha compreende a produção, gravação e veiculação nacional de um videoclipe dirigido por Denise Saraceni e apresentado por Elisa Lucinda, com conteúdo alusivo à luta pelo fim da violência contra as mulheres. A música foi especialmente composta por Gabriel Moura e Rogê, com direção musical de Guto Graça Mello Participam deste videoclipe talentosos profissionais que generosamente abraçaram esta causa assim como consagrada(o)s artistas que abriram mão dos seus cachês em prol da realização da campanha. São eles: Alcione, Ana Carolina, Beth Carvalho, Carlinhos Brown, Chico César, Daniel, Daniel Boaventura, Daniela Mercury, Ed Motta, Elba Ramalho, Elisa Lucinda, João Gabriel, Jorge Vercillo, Lenine, Luiz Melodia, Martinho da Vila, Margareth Menezes, Monique Kessous, Roberta Sá e Teresa Cristina. Participam também dez jovens artistas da Rede Feminista de Arte Urbana – Nami: Anarkia, Di, Joana Cesar, Kitty, Mel, Mere Lee, Rosa, Si, Suav e Tábata Brito. Outros vídeos: Letra da Múscia: QUEM AMA ABRAÇA! Compositores GABRIEL MOURA/ROGÊ
ESTAMOS JUNTOS PRA DIZER CHEGA DE TANTA HUMILHAÇÃO QUE VOCÊ CANSA DE SOFRER (OH MULHER) PRÁ CADA UM PEDIMOS PAZ UM NOVO DIA VAI NASCER NUM AMANHÃ MUITO MELHOR.
QUEM AMA AJUDA, QUEM AMA AGRADA DÁ CARINHO E DÁ CALOR QUEM AMA CUIDA, QUEM AMA ABRAÇA NÃO MALTRATA O SEU AMOR.
COM RESPONSABILIDADE COM BRAVURA E COM CORAGEM NÓS PODEMOS DE VERDADE VIDAS E MAIS VIDAS SALVAR É SÓ VOCÊ DENUNCIAR TODOS NÓS ESTAMOS VENDO O QUE ESTÁ ACONTECENDO NINGUEM PODE MAIS NEGAR!
QUEM AMA AJUDA, QUEM AMA AGRADA DÁ CARINHO E DÁ VALOR QUEM AMA CUIDA, QUEM AMA ABRAÇA NÃO MALTRATA O SEU AMOR
MULHER CIDADÃ NÃO IMPORTA A COR O PESO A IDADE TODAS VOCÊS SÃO LINDAS DE VERDADE AMIGA, IRMÃ, MÃES, ESPOSAS, FILHAS, AVÓS GENTILEZA, SEJAMOS EDUCADOS DISCRIMINAÇÃO É COISA DO PASSADO DIGA NÃO A ESSA ENORME COVARDIA É HORA DE MUDAR ESSA SITUAÇÃO É HORA DE MUDAR ESSA POSTURA MEU IRMÃO DENUNCIE, NÃO TENHA MEDO
NINGUÉM PODE MAIS FICAR CALADO !
XÔ MACHISMO ! XÔ VIOLÊNCIA ! XÔ DE UMA VEZ!
QUEM AMA ABRAÇA! QUEM AMA AJUDA, QUEM AMA AGRADA DÁ CARINHO E DÁ VALOR QUEM AMA CUIDA, QUEM AMA ABRAÇA NÃO MALTRATA O SEU AMOR Até quando? Vivemos numa sociedade historicamente regida pelo sistema patriarcal, que estrutura as relações de dominação e ainda continua atribuindo ao homem, marido ou companheiro, a chefia conjugal e o mando nas relações afetivas. Nessa relação de poder, coube às mulheres o papel de cuidadora da casa, responsabilidade pela educação dos filhos e obediência ao “seu provedor”. O Código Civil de 1916, que instituía ao homem a chefia da sociedade conjugal como representante legal da família, com o poder de administrar os bens comuns do casal e os bens particulares da esposa, incorporava e legalizava juridicamente “o modelo que concebia a mulher como dependente e subordinada ao homem”. Quase cem anos se passaram e muitas águas rolaram. As mulheres se organizaram, ocuparam praças e exigiram mudanças na lei e na vida. A Constituição de 1988 equiparou os direitos legais de igualdade econômica, política e social. O último Censo/IBGE 2010, publicado recentemente, indica que as mulheres já controlam 38,7% dos domicílios brasileiros. No entanto, os mecanismos de dominação, opressão e violência contra as mulheres continuam fazendo vítimas em nossa sociedade. Seja através da violência doméstica e familiar, da violência sexual, que acontece dentro e fora de casa, dentro e fora da família, da violência psicológica, que através de humilhações, insultos, intimidação, desvalorização e ameaças, ridicularizam a mulher, sob qualquer forma, provocando dores tão profundamente como as outras formas de violência ou ainda, a violência institucional, praticada pelas instituições do estado, por ação ou omissão. O resultado de anos de luta dos movimentos de mulheres contra a violência doméstica, só pôde ser comemorado pelas brasileiras, em 2006, com a aprovação da Lei 11.340/06, mais conhecida como Lei Maria da Penha, um passo significativo para assegurar à mulher o direito à sua integridade física, psíquica, sexual e moral. No entanto estatísticas ainda mostram uma trágica realidade, reflexo do secular patriarcado. Segundo a pesquisa “Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil”, organizada pelo Instituto Avon, entre as mulheres agredidas no país, 15% apontam que são forçadas a fazer sexo com o companheiro e 38% dos homens também admitem que já agrediram fisicamente as mulheres. As causas mais comuns são o ciúme e o alcoolismo, no entanto, 12% confessam que já bateram nas companheiras sem motivo! Quando lemos notícias de violência feminina nos jornais sempre nos perguntamos, porque essas mulheres não abandonam seus agressores? A pesquisa do Instituto Avon fez essa mesma pergunta e o resultado é preocupante: 25% das mulheres responderam que a falta de dinheiro para viver sem o companheiro é o principal motivo, em segundo lugar vem a preocupação com a criação dos filhos e, em terceiro, o mais grave, o medo de serem mortas pelos seus companheiros: 21% na região Centro-Oeste, 16% no Sul, 15% no Sudeste, e 13% no Nordeste. Os dados sobre a violência sexual contra a mulher revelam aspectos cruéis. Pesquisa publicada este ano pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Estado do Rio de Janeiro, o “Dossiê Mulher 2011”, indica que, do total de 3.751 estupros praticados contra vítimas do sexo feminino, 53,5% referiam-se a “estupro de vulnerável”, ou seja, as vítimas eram meninas de até 14 anos de idade. Em 50,5% dos casos, as vítimas de estupro conheciam os acusados (companheiros, ex-companheiros, pais, padrastos, parentes e conhecidos), 29,7% tinham relação de parentesco com a vítima (pais, padrastos, parentes) e 10,0% eram companheiros ou ex-companheiros. É doloroso pensar que as meninas são atacadas, dentro de suas casas, por quem deveriam receber proteção, carinho e educação, num cenário de infâncias roubadas e sonhos perdidos. A cada 2 minutos, cinco mulheres são agredidas violentamente no Brasil, segundo a pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado 2010”, organizada pela Fundação Perseu Abramo/SESC. A violência doméstica aumenta o índice de suicídio, causa repetência escolar dos filhos e promove a cultura da violência. É a que faz mais vítimas no mundo. Os dados sobre homicídios são ainda mais sombrios. Segundo o estudo “Mapa da Violência no Brasil 2010” do Instituto Sangari, entre 1997 e 2007, 41.532 mulheres foram assassinadas. Isto significa 10 assassinatos por dia, cerca de 4 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Não podemos ignorar os números aqui apresentados. Não podemos ficar cegas, surdas e mudas aos sinais de violência contra a mulher que testemunhamos em nossas cidades, na vizinhança, ou até em nossas casas. Para quebrar este ciclo milenar do patriarcado, precisamos questionar a cultura e os valores impregnados em nossa sociedade, de que os corpos e as vidas das mulheres possam estar à disposição de homens. Devemos nos indignar diante dessa tragédia, denunciar qualquer forma de violência, mesmo as mais veladas, como o assédio moral. É nossa obrigação procurar as delegacias especializadas, ligar para a Central de Atendimento à Mulher (180) e denunciar, bem como participar das campanhas de conscientização pelo fim da violência contra a mulher. No sentido de contribuir para transformar essa realidade a Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH) e o Instituto Magna Mater (IMM), está organizando a campanha Quem Ama Abraça, marcando os 30 anos do dia 25 de novembro – Dia Internacional de Luta pela Não Violência contra as Mulheres-, e os 20 anos da campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. Se você não aceita essas injustificáveis violências, agressões, torturas e mortes de mulheres, seja solidária/o, ajude a denunciar, e se junte ao coro das/os que lutam pelo fim da violência contra as mulheres. Quem ama não maltrata, não bate, não mata.
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Fonte: www.quemamaabraca.org.br
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