O governo de Jair Bolsonaro enfrentou nas últimas 24 horas três grandes manifestações populares que levaram às ruas trabalhadoras rurais, estudantes, professores, centrais sindicais e, pela primeira vez, mulheres indígenas. Em todos os protestos, não foram poupadas críticas ao presidente de extrema-direita, suas políticas de retrocesso e de ataques aos direitos e conquistas sociais.
Nesta quarta-feira (14), a 6ª Marcha das Margaridas reuniu, em Brasília, milhares de mulheres rurais de todo o Brasil e de outros 26 países.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, esteve presente na tenda do Movimento Popular Socialista (MPS) montada na concentração do evento, no Pavilhão do Parque da Cidade, na terça-feira (13). Na ocasião, o socialista destacou o importante papel político desempenhado pelas trabalhadoras do campo e defendeu que é preciso resistir às ameaças do governo Bolsonaro.
“Lamentavelmente, o país vive um retrocesso monumental e nós não devemos recuar, mas sim avançar, usar nossa energia, nossa capacidade de mobilização através dos movimentos sociais e das militâncias partidárias para impedir o fim da democracia e assegurar os direitos sociais”, afirmou.
Para ele, é preciso ampliar o número de brasileiros e brasileiras que estão de mãos dadas na luta contra o atual governo para reconquistar o poder democrático, o desenvolvimento do país e as conquistas sociais.
Siqueira destacou as militantes do PSB presentes ao evento. “Este momento em que vocês se reúnem aqui para essa marcha é muito especial para a Direção Nacional do partido porque sabemos que podemos contar com mulheres corajosas de todos os cantos do país numa luta sem trégua contra o atraso, contra o preconceito, contra os retrocessos que esse governo quer promover no país”, disse.
A secretária-geral da Contag, Thaísa Daiane, que também coordena o Núcleo da Base Camponesa, Agricultura Familiar e Comunidades Rurais do MPS do PSB, ressaltou que a agenda de reivindicações da Marcha das Margaridas é importante não apenas para as agricultoras e agricultores, mas também para toda a sociedade.
“Vamos marchar em defesa de um país que reserve um futuro melhor para as gerações que virão. Infelizmente, o atual governo avança na contramão desse país que queremos e, por isso, nós protestamos”, afirmou.
A manifestação desta quarta marcou ainda o encerramento da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, realizada concomitantemente com o Fórum Nacional de Mulheres Indígenas, de 9 a 14 de agosto.
Já na terça-feira (13), cerca de 3 mil mulheres de 120 povos indígenas de diferentes Estados do país e da América do Sul marcharam, cantaram e dançaram pela primeira vez na Esplanada dos Ministérios pela preservação de suas terras, pela garantia de direitos aos índios e por saúde e educação de qualidade para estes povos.
Elas se uniram ao protesto de estudantes, professores e representantes de centrais sindicais contra os cortes da educação, a reforma da Previdência e o Future-se, programa lançado pelo Ministério da Educação (MEC) em 17 de julho que prevê a participação de recursos privados no orçamento das universidades federais.
Convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE), por meio da #TsunamiDaEducação, mais de 1,5 milhão de pessoas em 205 cidades de todo o país se mobilizaram pelo “3º Grande Ato em Defesa da Educação” em praças, campus universitários e nas ruas.
Desde o início do ano, quando o governo Bolsonaro anunciou bloqueios de recursos na área educacional, esta é a terceira mobilização. A primeira foi realizada em 15 de maio em 222 cidades de todos os Estados e do Distrito Federal. Já a segunda, em 30 de maio, levou às ruas manifestantes em 136 cidades de 25 Estados e do DF. Segundo a UNE, novos atos já estão convocados para o dia 7 de setembro.
Veja as fotos do evento do MPS-PSB na concentração da Marcha das Margaridas:
Fonte: PSB Nacional