A Secretaria Nacional de Mulheres do PSB, o segmento LGBT Socialista e a Negritude Socialista Brasileira aderiram à mobilização #EleNão contra o candidato de extrema-direita do PSL. O ato está programado para este sábado, 29, em 24 estados e em outros dez países.
O grupo “Mulheres unidas contra Bolsonaro” surgiu no início do mês em protesto ao ex-capitão do Exército que faz declarações preconceituosas contra mulheres, negros e a população LGBT. Já são 3,2 milhões de participantes no Facebook.
Para marcar a mobilização, as mulheres lançaram a hashtag #EleNão, que ganhou o apoio de artistas nacionais e internacionais.
A secretária nacional de Mulheres, Dora Pires afirma que as mulheres socialistas estarão presentes nos atos para reiterar que não aceitam os retrocessos que o candidato defende.
“Estamos num momento de grande alerta, de lutarmos contra o fascismo e defender a democracia no país, que está em jogo. Por isso, é importante que nós, mulheres, nos unamos contra todo o retrocesso que esse candidato, misógeno, LGBTfóbico e racista, representa”, afirma.
Para a secretária nacional da LGBT Socialista, Tathiane Araújo, a mobilização será importante para “não deixar” que um “LGBTfóbico” e “despreparado” assuma a presidência da República.
“Convoco toda a militância partidária, toda a militância social a dizer ‘Ele não’, ‘Ele nunca’. Precisamos estar nas ruas neste dia 29, mobilizados, para não deixar que o nosso país seja comandado por um LGBTfóbico, que não tem preparo algum para comandar a nação”, defendeu.
“O candidato do PSL já deu declarações que ferem a dignidade dos negros, que são maioria na população. Mediante isso, nós da Negritude Socialista estaremos nas ruas neste sábado para dizer que não aceitamos um racista e preconceituoso ocupando a presidência do país”, declarou a secretária nacional da NSB, Valneide Nascimento.
O eleitorado feminino representa 52% do total de eleitores e se tornou uma resistência a Bolsonaro. O índice de rejeição ao capitão da reserva entre as mulheres chegou a 54% na mais recente pesquisa Ibope. Entre os homens este índice é de 37%.
Deputado desde 1991, ganhou fama pelas frases misóginas e homofóbicas, pela defesa da ditadura militar e até de um golpe, com fechamento do Congresso Nacional, além dos ataques ao que considera “ideologia de gênero”.
O candidato do PSL é réu em uma ação penal por incitação ao estupro. Nas suas várias manifestações sobre mulheres, ele afirmou que elas deveriam ganhar menos “porque engravidam”.
Em 2014, afirmou à deputada federal Maria do Rosário (PT) que ela não “merecia ser estuprada por ser muito feia”. No mesmo ano, chamou uma jornalista de “idiota” e “analfabeta”.
O candidato a vice de Bolsonaro, o general da reserva Antônio Hamilton Mourão provocou mais polêmica ao afirmar que famílias sem pai e avô, que vivem em bairros pobres de cidades brasileiras, são “fábrica de elementos desajustados”.
Um dos filhos do candidato, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) publicou nesta quarta-feira (26), em uma rede social, uma imagem que simula a tortura de um homem, que aparece com o rosto ensanguentado, envolto em um saco plástico.
A imagem traz a hastag #elenão. Sobre ela foi escrita a frase “Sobre pais que choram no banheiro”, que seria uma referência a pais de homossexuais.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil