Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (25), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, no exercício da Presidência da República, sancionou a lei que insere o nome de um dos maiores líderes da esquerda brasileira, Miguel Arraes de Alencar, no Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria.
A obra reúne a memória de personagens importantes da história do país e fica guardada no Panteão da Pátria Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Na solenidade, estiveram presentes o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) Ana Arraes, filha do ex-governador de Pernambuco, o diretor de Organização da Fundação João Mangabeira (braço de formação política do PSB), Alexandre Navarro, familiares e autoridades dos Poderes Executivo e Judiciário. O advogado Antônio Campos, presidente do Instituto Miguel Arraes, fez a saudação de agradecimento em nome da família do homenageado.
Para Carlos Siqueira, a inclusão do governador no Livro dos Heróis da Pátria é o reconhecimento à trajetória de Miguel Arraes como um homem à frente do seu tempo, que dedicou a maior parte de sua vida para mudar a realidade do povo mais sofrido de Pernambuco e defender a democracia no Brasil.
“Arraes sustentou a ideia de construirmos um projeto de nação. Por toda a sua vida, honrou a confiança do povo. Ele nos deixou sua visão de mundo e exemplo como cidadão, homem público, dirigente partidário e líder político”, afirma.
Para o presidente do PSB, Arraes faz muita falta neste momento em que as conquistas democráticas estão sob forte ameaça. “O Brasil precisa de muitos outros Miguel Arraes de Alencar”, escreveu Siqueira em artigo desta semana em homenagem ao governador.
No texto, Siqueira fala da relação de Arraes com o povo humilde do sertão em um ambiente marcado pela injustiça e pela miséria e das iniciativas do socialista para mudar aquela realidade.
Recorda o célebre Acordo do Campo, que assegurou aos trabalhadores rurais, pela primeira vez no país, os benefícios da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e o Programa Chapéu de Palha, criado no governo de Arraes para garantir alternativas de renda durante a entressafra da cana-de-açúcar.
“Miguel Arraes não apenas gostava do povo, que lhe retribuiu política e afetivamente uma vida dedicada aos menos favorecidos, à gente sofrida com que se deparou desde a mais tenra idade. Ele se sentia bem em meio ao povo, caminhando lado a lado com aqueles a quem servia, com o mais alto espírito público”, afirmou.
Em seu discurso, Dias Toffoli lembrou a trajetória pessoal e política de Arraes desde sua juventude, suas gestões no governo pernambucano com políticas pioneiras para os camponeses e na promoção de direitos trabalhistas dos produtores rurais mais vulneráveis, o seu período no exílio e retorno ao Brasil com a anistia.
Para o ministro, Arraes foi uma “grande figura da nação brasileira” com atuação sempre voltada para a defesa de uma justiça social e pelo fim das desigualdades.
“Sempre tendo os mais humildes no centro de suas preocupações, deixou seu traço indelével na história política brasileira. E o fez, sempre, combinando firmeza e suavidade”, afirmou.
O magistrado destacou que a cerimônia é “um tributo à determinação, traço constante na biografia de Arraes; à coragem, qualidade de que deu muitos exemplos; e à justiça, da qual ele tinha agudo sentido”.
Toffoli se disse honrado por sancionar a lei em reconhecimento ao socialista. De autoria do líder do PSB na Câmara, Tadeu Alencar (PE), o projeto tramitou no Congresso Nacional com apoio irrestrito da bancada socialista e de seus pares.
“É um momento de reverenciarmos a história do Brasil e Miguel Arraes é um grande construtor e partícipe disso com toda sua família, com o partido que ele construiu e com todo o legado que ele deixou”, ressaltou.
Fonte: PSB Nacional <http://www.psb40.org.br/noticias/miguel-arraes-de-alencar-e-incluido-no-livro-dos-herois-e-das-heroinas-da-patria/>
Imagem: Humberto Pradera