O presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Carlos Siqueira, afirmou que o estado do Rio de Janeiro tem um papel fundamental nas eleições de 2016 e 2018. Para ele, o atual presidente regional, senador Romário Faria, tem a missão de reorganizar o partido no estado, fazendo com que haja melhor desempenho nas próximas eleições. De acordo com Siqueira, já existem 13 cidades com pré-candidatura competitiva, entre elas, a possibilidade de Romário disputar a prefeitura do Rio de Janeiro.
Carlos Siqueira se mostrou satisfeito com a indicação da professora Aspásia Camargo para presidir a Fundação João Mangabeira no estado do Rio de Janeiro. Ele acredita que Romário e Aspásia são capazes de produzir resultados positivos para o PSB. O presidente Nacional manifestou opinião sobre a redução da maioridade penal, que está sendo discutida no Congresso Nacional. Ele acredita que precisam ser adotadas medidas que requerem educação, cultura, esporte e lazer para os jovens, pois a repressão ou prisão de menores não resolveria o problema. Carlos Siqueira também comentou a alta rejeição da população com o atual governo. Para ele, a desaprovação acontece em virtude das medidas impopulares liberais e de direita que a presidenta Dilma está pondo em prática. Siqueira afirma que a presidenta cometeu um grande estelionato eleitoral, quando não está cumprindo o que prometeu na campanha eleitoral. O PSB vem mudando, se reestruturando nesse cenário pós-eleições. Como o senhor enxerga o Rio nesse contexto? A sessão estadual do Rio de Janeiro tem uma importância estratégica, nós temos São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, considerando as eleições municipais, como as três cidades que são prioritárias para a eleição de prefeitos e vereadores. De maneira que o Rio de Janeiro, cuja seção vive um novo momento sob a presidência do senador Romário, para nós é sumamente importante que ele desempenhe um papel de organizar o partido, de fazer o partido crescer. Nós apostamos na possibilidade de candidatura dele próprio, Romário, à prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Pensamos que o novo momento que vive o Rio requer uma nova força política, para com novas políticas criar uma perspectiva diferente para a cidade do Rio de Janeiro. De que forma o PSB Nacional vem contribuindo para essa mudança no PSB-RJ? Há uma conjunção de esforços das diferentes instâncias partidárias, de um lado há um planejamento estratégico nacional e do outro lado uma forma de integrar os diretórios estaduais, onde o Rio de Janeiro pontua com muita força, com esse esforço que a direção nacional está fazendo para que o partido cresça com qualidade. Nesse sentido nós criamos desde o início da nossa gestão o Conselho de Presidentes Estaduais do PSB, este conselho tem o objetivo de fazer a integração entre a direção nacional e as direções estaduais. Também sugerimos para os nossos presidentes que fossem criados Conselhos Estaduais de Presidentes Municipais, sob o comando do presidente estadual. Pensamos que é sumamente importante a integração das instâncias municipais, estaduais e nacional, para que os resultados planejados possam se efetivar. Como o senhor avalia esses três meses que o senador Romário está à frente da presidência da executiva do PSB-RJ? Ainda que seja um tempo muito curto, eu avalio que tenha sido uma gestão positiva. Será necessário mais tempo para que ele possa realmente reestruturar o partido. Isso é uma tarefa que requer tempo e habilidade política para dar um impulso ao partido, de maneira que ele possa se preparar adequadamente para exercer um protagonismo no Rio de Janeiro. Vamos aguardar e vamos torcer, porque confiamos muito no senador Romário, para que ele possa fazer com que o partido se desenvolva bastante no estado do Rio. Nas últimas eleições, a representação do PSB diminuiu no estado do Rio de Janeiro, tanto em número de votos na legenda quanto em representação no Congresso Nacional. Como o senhor vê esta reestruturação que o partido está passando no estado? O nosso plano estratégico alcança além das eleições de 2016, também as eleições de 2018. Em 2018 é muito importante que o Rio de Janeiro se prepare para ter um desempenho melhor para a Câmara dos Deputados, para o Senado Federal e para a Assembleia Legislativa. Os resultados das eleições passadas ficaram muito aquém do que poderia ter sido, porque tivemos muitos problemas nas proximidades das definições, inclusive de filiações. Hoje a perspectiva é muito melhor, porque há tempo para ser trabalhado. O partido precisa passar por uma fase de ajuste, de reestruturação, aproveitando todos aqueles companheiros e companheiras que podem dar uma contribuição efetiva na organização, tanto política quanto eleitoral do PSB no estado do Rio de Janeiro. Mas também trazendo novos quadros de outros partidos ou sem partidos, para que possam integrar e formar uma chapa de candidaturas a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O novo presidente, Romário, afirma que encontrou o partido em condições financeiras e administrativas bastante precárias. O senhor tinha conhecimento desse quadro? Ficou surpreso com essas informações? Eu não tinha conhecimento de detalhes, realmente me surpreenderam algumas informações a respeito da parte administrativa. Mas eu acredito que, pelas informações que eu já recebi, estão sendo adotadas as medidas necessárias para regularizar o partido do ponto de vista administrativo também. E do ponto de vista político estamos na expectativa de novas adesões ao partido, de qualidade, de uma perspectiva muito positiva. Esperamos que o senador Romário, que está exercendo de forma brilhante o seu mandato no Senado Federal, possa criar um novo momento para o partido no estado do Rio de Janeiro, capaz de diferenciar das forças políticas convencionais que atualmente dirigem o Rio e que estão em disputa nas próximas eleições. Essa nova perspectiva nos traz muita alegria, e eu estou seguro que ela pode efetivamente ocorrer. Quais são as expectativas do senhor para o desempenho do PSB em 2016, nos demais estados? A nossa perspectiva para as eleições municipais de 2016 são muito promissoras, especialmente no que se refere às capitais e as grandes cidades do país. Talvez nenhum grande partido tenha o que nós temos, por exemplo, nas capitais nós teremos candidatos competitivos no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Recife. Além dessas quatro cidades teremos em João Pessoa, Aracaju, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá, Campinas, Curitiba, São Luiz e podemos ter em Salvador. Essas já são as pré-candidaturas confirmadas, outras cidades estão sendo constituídas. E muitas cidades polos que o PSB está disputando em todas as regiões do país. O quadro é bastante positivo, todas são candidaturas competitivas, não são candidaturas apenas para marcar posição. Nós nos esforçaremos conjuntamente com as direções estaduais e municipais para que essas candidaturas possam vir vitoriosas no próximo ano. Qual a posição do PSB sobre o debate de temas de importância nacional que estão na pauta do Congresso, mas que interferem com muita ênfase no estado do Rio, como, por exemplo, a redução da maioridade penal? Na questão da maioridade penal o PSB não entende que essa seja a solução para o combate a violência. Há que ter medidas sociais que acompanhem as medidas de repressão ao crime. Medidas que criem uma perspectiva positiva para os jovens, não só do Rio, mas de todo o Brasil. A repressão ou a prisão de garotos, infelizmente, não resolveria absolutamente nada. Nós temos hoje no Brasil um sistema carcerário que não há vagas sequer para os adultos. Há milhares de mandados de prisão que não são cumpridos no Brasil, e há milhares de celas ocupadas com mais que o triplo do número de presidiários. É um sistema prisional mais desumano ou talvez um dos mais desumanos que existe no planeta. As medidas a serem adotadas requer que se dê educação, cultura, esporte e lazer para os jovens. Requer uma educação de qualidade, educação profissional que crie uma expectativa e que apoie as famílias. Precisa de uma reforma urbana profunda no país, capaz de fazer com que as pessoas que vivem na cidade, nas periferias dos grandes centros urbanos, sejam acolhidas de outra maneira, que lhe dê perspectiva de vida e de promoção social. Não vamos reduzir e simplificar um assunto que é extremamente complexo, um assunto que requer muito mais que uma medida repressiva, que ademais de tudo não resultaria na redução dos crimes que hoje, lamentavelmente, são cometidos contra pessoas que nada têm a ver com a situação. O PSB conseguiu uma vitória no STF, na ação que questiona as modificações do FIES. Como o PSB alcançou essa conquista em prol dos estudantes? No caso do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) o governo federal cometeu uma tremenda irresponsabilidade, na medida em que enganou os jovens colocando um sistema de informática que não funcionava. Nós percebemos isso, e eu como presidente nacional do PSB, solicitei um advogado em nome do partido que ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu ao PSB uma liminar para que o Ministério da Educação reabrisse as inscrições. Nós estamos cobrando do Ministério da Educação que cumpra a decisão do STF, que beneficia os estudantes que ainda não se inscreveram no FIES, nós precisamos garantir que esses jovens continuem tendo o financiamento que havia sido prometido pelo governo. Qual é a sua avaliação do atual momento político do país, onde a presidenta Dilma está com uma alta rejeição? Nós temos uma presidente da república que tem a maior rejeição da população, dos seus eleitores. Isso porque ela cometeu um enorme estelionato eleitoral, na medida em que está colocando em prática políticas que ela acusava que a oposição faria se chegasse ao governo, ou seja, ela está desdizendo tudo que ela falou durante a campanha. A população está atenta a tudo isso e não aceita esta fraude eleitoral. Isso é o que explica essa alta rejeição, além das medidas impopulares que são tipicamente liberais e de direita que ela está pondo em prática, e cobrando exatamente daquela população que mais votou nela, as pessoas de baixa renda. O preço pelo ajuste fiscal que não tem nada a ver com o discurso que ela utilizou na eleição, muito menos com o ideário de quem se diz de esquerda, como ela no caso. A maneira que o quadro é de uma crise política, ética, hídrica, energética, porque também fez uma política energética irresponsável, e hoje a população está pagando o preço na sua conta de luz a cada mês. De modo que uma conjunção de crises que nos faz viver uma das maiores crises das últimas décadas, que, lamentavelmente, perdurará por algum tempo, porque o grau de responsabilidade desse governo foi ao máximo no ano da eleição visando a sua reeleição, e agora a população a quem está sendo apresentada essa fatura. E certamente a população reagirá, principalmente nas eleições do ano que vem, dando o recado que deve dar a quem lhe enganou. Nesse cenário a responsabilidade do PSB aumenta? Naturalmente num cenário como esse a nossa posição é de independência em relação ao governo, nós não queremos criar um clima de instabilidade, também nunca concordamos com a tese de impeachment. Contudo não apoiamos sistematicamente o governo e nem lhe fazemos oposição sistemática. Por um lado, temos uma posição de independência, que nos significa neutralidade para apoiar as medidas que julgamos necessárias para recuperar a economia do país, e por outro lado fazemos oposição àquelas medidas que nós entendemos que são prejudiciais ao país e a população. A presidência da Fundação João Mangabeira, no Rio de Janeiro, tem uma nova indicação, a Aspásia Camargo… O Rio de Janeiro acaba de saber recentemente que o senador Romário indicou a professora Aspásia Camargo, que é também presidente da executiva municipal do Rio de Janeiro. Aspásia é uma pessoa de muito valor, uma intelectual de peso e, certamente, fará um excelente trabalho à frente da coordenação do núcleo da Fundação João Mangabeira no estado. Fiquei muito feliz com a indicação dela e também com o fato dela ser a presidente do nosso partido na cidade do Rio. Creio que ela e Romário formam uma dupla capaz de produzir resultados muito positivos para o nosso partido. Assessoria de Comunicação – PSB-RJ
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Fonte: Portal PSB
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