Confira abaixo a entrevista publicada no jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira (08 de maio) com o presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos. Jornalista: ANA FERNANDES.
Para Eduardo Campos, aumento do Bolsa Família corrige inflaçãoAécio e Campos vão ao palanque sindical Sarney será oposição em eventual governo, diz CamposPeemedebistas organizam dissidência para apoiar CamposEconomia & Negócios estreia novos blogs O pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, acredita que a chapa composta por ele e pela ex-ministra Marina Silva é a “possibilidade de romper com a velha prática política”. A declaração foi dada em entrevista ao Broadcast Político em resposta a uma pergunta sobre o que o diferencia do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Campos também destacou a importância de se conversar com diversos setores da sociedade. “É fundamental um presidente que possa dialogar com todos os brasileiros.” Tanto Aécio quanto a presidente Dilma Rousseff são criticados porque sofreriam resistências, respectivamente, de setores mais populares e de parte do empresariado. Crítico da política econômica de Dilma, Campos disse que o governo não deve usar só as taxas de juros para cumprir a meta de inflação e defendeu mais austeridade fiscal. O que é o “novo desenvolvimentismo” que o senhor propõe? No Brasil não cabe mais improviso. Precisamos ter clareza no planejamento de longo prazo, um rumo estratégico. Esse rumo precisa de uma governança macroeconômica segura, que tenha compromisso com o centro de uma meta inflacionária, que deve iniciar nos 4,5%, mas deve ser projetada para, nos próximos cinco anos, apontar para abaixo disso. Uma garantia de que vamos manter o tripé dos fundamentos macroeconômicos. Uma governança no Banco Central independente. Uma governança na política fiscal com controle social. Ficou muito bem provado nos últimos anos que o improviso na tentativa de trocar algum crescimento pela inflação deu no que deu… Inflação batendo no teto, preços administrados represados e o menor crescimento da história republicana do País, além de quebra da confiança dos agentes no futuro do Brasil, com redução dos investimentos. Como fazer a inflação convergir para o centro da meta e, depois, reduzir esse centro? Não se pode imaginar que a tarefa de botar a inflação no centro da meta é uma tarefa só da taxa de juros. Não é. É da articulação de uma política fiscal responsável com uma política monetária independente. O que o senhor tem a oferecer a mais ou de diferente em relação a Aécio Neves? Eu e a Marina somos a possibilidade de romper com a velha prática política que cerca todos os governos e leva a uma visão imediatista, de uma governança que às vezes descamba para o fisiológico, para o patrimonialismo, que precisa ser vencida pelo novo ciclo, um ciclo de expressão da cidadania. Como pretende convencer o empresariado de que é uma melhor opção do que Aécio? O empresariado brasileiro tem consciência de que um presidente precisa conversar com empresários, mas precisa conversar com trabalhadores, estudantes, artistas, com a agricultura familiar, o agronegócio. É fundamental um presidente que possa dialogar com todos os brasileiros. Num eventual governo, o PSDB seria bem-vindo? Tem quadros no PSDB que serão importantes no ato da nossa governança, mas parece uma coisa indelicada com o PSDB, que tem uma candidatura agora. O senhor já disse que não teria o PMDB em sua base, que não governaria com José Sarney. Na verdade, tem símbolos. Eu sempre estive na oposição no Maranhão. É hora de uma renovação e acho que, no PMDB, tem pessoas que podem ajudar na renovação mesmo tendo mais idade, como Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos, Luiz Henrique, Ricardo Ferraço, Nelson Trad. Conheço gente no PMDB no Brasil afora que é de um PMDB que tem uma outra visão de prática política. Acredita na possibilidade de um segundo turno contra Aécio? Se você perguntasse isso há um ano, era uma coisa completamente impossível. Hoje é uma coisa provável. Amanhã pode ser até o mais provável.
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Ana Fernandes
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