A razão das atuais crises política e econômica está na incapacidade de o governo realizar as mudanças estruturais que seriam necessárias para levar o país a uma estabilidade social após o maior período democrático de sua história, avaliou nesta quarta-feira (6) o presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira, durante o lançamento da terceira edição da Revista Politika, periódico semestral da Fundação João Mangabeira (FJM).
“Foram feitas mudanças cosméticas e realizados programas assistenciais que, embora importantes, não são estruturantes. Essas mudanças que não aconteceram estão colapsando o nosso sistema político e social”, afirmou o presidente do PSB. Também participaram do evento o vice-presidente de Relações Governamentais, Beto Albuquerque, o secretário-geral do partido e presidente da FJM Renato Casagrande, o cientista político Cesar Benjamim, além de deputados, senadores, representantes de movimentos sociais e lideranças partidárias. “Estruturante seria aperfeiçoar os sistemas de saúde, assistência e da previdência. Estruturante seria melhorar a qualidade de ensino e a profissionalização dos jovens. Estruturante seria fazer a reforma urbana”, criticou o socialista. O presidente do PSB lamentou que o país chega a 31 anos de democracia com um saldo de 10 milhões de desempregados e sem as tão esperadas reformas política, tributária e federativa. Pelo contrário, o governo abriu mão de R$ 100 bilhões de impostos que poderiam ter beneficiado a população nos estados e municípios. Siqueira também lembrou da tentativa frustrada do partido de dialogar com o atual governo. Em 2013 o ex-governador de Pernambuco e então presidente da legenda, Eduardo Campos, tentou alertar a presidente Dilma Rousseff sobre o rumo que o país tomava. “Ele ficou muito decepcionado com a falta de recepção a crítica e a sugestões. Pediu uma segunda reunião, menos de duas semanas depois, e ficou igualmente assustado com a incapacidade de compreensão sobre a crise que ali estava sendo gestada”, lembrou. Para o enfrentamento da crise, o presidente do PSB propôs a união de diversos setores sociais e sugeriu que os socialistas levem em consideração o interesse da maioria dos brasileiros em suas decisões. “Ao contrário da confrontação social que se prega irresponsavelmente, ao contrário da divisão do país, o papel do Partido Socialista Brasileiro é buscar a coesão social. Sem a unidade de muitos setores sociais a solução não vai acontecer”, defendeu. Sobre a reunião da Executiva Nacional que decidirá na próxima semana se apoiará ou não o impeachment da presidente Dilma Rousseff, Carlos Siqueira conclamou os companheiros de legenda a refletirem sobre a situação da parcela da população que mais sofre com o atual desgaste econômico. “Este momento requer de todos nós, atores políticos, que pensemos no país chamado Brasil, que pensemos nos 10 milhões de desempregados que as estatísticas anunciam diariamente. Porque a existência desse povo e dessas classes sociais é a razão da existência de um partido socialista”, disse. Assessoria de Comunicação/PSB Nacional |
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Fonte: PSB Nacional 40
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