A Câmara realizou, nesta terça-feira (22), Comissão Geral em comemoração ao Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado todo 21 de março. O deputado federal Bebeto (PSB-BA) participou do debate, que também teve como tema a discriminação racial no Brasil.
O socialista afirmou que os parlamentares negros devem se unir e dar voz as lutas de combate ao racismo no País. “Temos diversas proposições legislativas sobre o tema que não avançam devido a uma agenda conservadora na Casa”. Bebeto dá o exemplo do pedido para instalação de comissão permanente sobre igualdade que não prossegue e a proposta sobre injúria racial pautada no Plenário que nunca é analisada. A deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) concordou com Bebeto. Ela acrescentou que não só a lentidão de propostas importantes para combater a discriminação racial, mas a tramitação de medidas nocivas a negros são preocupantes. “A revogação do Estatuto do Desarmamento é uma delas, que sem dúvida contribuirá com o aumento da morte de negros pobres no Brasil”. Para o economista, estudioso da questão racial e consultor do Senado, Mário Lisboa, o racismo transforma a nossa diversidade em desigualdade. “É ele que permite pessoas serem julgadas pela cor da pele, independente da sua capacidade, atribuições e habilidades”. Lisboa complementou que o racismo transforma a pobreza em algo perene. “A desigualdade sistematizada vicia não só o país, como as instituições. Enquanto não tivermos políticas públicas efetivas vamos continuar com o genocídio de jovens negros. A sociedade precisa se importar para que o racismo seja extirpado de uma vez por todas”, concluiu. Relatório divulgado no ano passado pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República mostra que jovens negros têm 2,5 vezes mais chances de serem assassinados no Brasil do que jovens brancos. Por essa razão, a representante do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Luciana Ramos disse que o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial não é motivo de festa, mas de reflexão. “Estamos trabalhando em duas frentes. A primeira incentiva políticas de ação afirmativa, como as cotas em universidades e concursos públicos. A segunda é a defesa das comunidades tradicionais como os quilombolas, ciganos e indígenas”. Luciana complementa que a situação é de grande vulnerabilidade e que é preciso respaldo legislativo. Andrea Leal |
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Fonte: Liderança do PSB na Câmara dos Deputados
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