Não importa a esfera de governo: a representatividade feminina no Poder Executivo é desproporcional em relação à composição da população brasileira. Levantamento de Aos Fatos com base nas dez cidades mais populosas do país, segundo o Censo 2010, revela que homens dominam as secretarias municipais da mesma forma como são maioria nos ministérios do governo Dilma Rousseff.
Segundo o levantamento, feito a partir das páginas eletrônicas das prefeituras, entre 13% e 26% das secretarias municipais são comandados por elas. Não foram consideradas autarquias e instituições públicas congêneres. A lógica se repete em nível federal. Dos 31 ministérios, apenas quatro são comandados por mulheres: Kátia Abreu (Agricultura), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Nilma Lino Gomes (Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos). Elas representam apenas 13% do alto escalão do governo federal –número equivalente ao encontrado em Manaus (AM), capital com a menor taxa de representatividade entre as analisadas. Curitiba e Recife encabeçam a lista, com 26% das secretarias municipais ocupadas por mulheres. A maior cidade do país, São Paulo, tem apenas 14,8% de suas secretarias municipais encabeçadas por elas. Outro ponto em comum entre as dez maiores cidades do país é que todas elas têm homens ocupando a prefeitura. Cenário de mudançasAs últimas eleições municipais, em 2012, foram as primeiras realizadas após a aprovação da lei que criou reserva de no mínimo 30% das candidaturas de cada partido ou coligação para mulheres. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em 2012, 665 prefeituras — 12% do total em todo o país — foram conquistadas pelas mulheres. Isso significou um aumento de 31,5% em relação às eleições municipais de 2008. Os Estados com maior número de prefeituras comandadas por mulheres são Minas Gerais e São Paulo, com 72 eleitas cada um. Depois vem a Bahia, com 64. O Acre é o único Estado do país que não tem nenhuma prefeita. Porém nenhuma cidade com mais de 1 milhão de habitantes é administrada por uma mulher. Veja, abaixo, o ranking da representatividade feminina nessas cidades: Recife – 23 secretarias – 6 mulheres – 26% Belo Horizonte – 25 secretarias – 6 mulheres – 24% Porto Alegre – 22 secretarias – 5 mulheres – 22,7% Salvador – 14 secretarias – 3 mulheres – 21,4% Rio de Janeiro – 26 secretarias – 5 mulheres – 19,2% Distrito Federal – 18 secretarias – 3 mulheres – 16,6% Fortaleza – 23 secretarias – 4 mulheres – 17,3% São Paulo – 27 secretarias – 4 mulheres – 14,8% Manaus – 15 secretarias – 2 mulheres – 13,3% Fonte: sites das prefeituras municipais * Aos Fatos é uma plataforma jornalística multimídia para verificação sistemática do discurso público |
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Fonte: UOL
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