A violência doméstica ainda é um crime comumente praticado em todo o Brasil. Dados do Datasenado revelam que uma em cada cinco mulheres já foi espancada pelo marido, companheiro, namorado ou ex. Em entrevista ao Jornal do Piauí desta segunda-feira (05), a psicóloga Katiuscia Pereira e a delegada Anamelka Albuquerque afirmaram que vizinhos e familiares devem estar atentos aos sinais que indiquem a prática desse crime.
De acordo com a delegada Anamelka, titular da Delegacia da Mulher na zona Sudeste, a maioria dos casos ocorre por ciúmes. “O agressor vislumbra o relacionamento como se a mulher pertencesse a ele, como se ela fosse um objeto”, explicou. Segundo Katiuscia Pereira, existem características que revelam um relacionamento abusivo. “O individuo começa a dar alguns sinais de que tem esse comportamento impulsivo, explosivo e violento”, conta a psicóloga. A profissional explica que o ciúme tem três grandes características: a ocultação, onde ele quer ocultar a vítima dos familiares e dos amigos por não querer perder o controle sobre a pessoa; a vigilância, onde há uma necessidade descontrolada de saber onde a pessoa está, com quem ela está e o que ela está fazendo; e a depreciação, onde começa a xingar o outro com violências verbais para tentar diminuir a autoestima na tentativa que o outro acredite que não é capaz de encontrar outra pessoa. “Todos esses sinais quando são identificados deve-se buscar a delegacia da mulher. A partir daí entram as medidas protetivas que permitem o distanciamento para que a violência não ganhe a gradação negativa que geralmente ganharia a ponto de acontecer o feminicídio”, informou a delegada Anamelka. Para Katiuscia Pereira, familiares e vizinhos também devem ficar atentos aos sinais que indicam a violência doméstica. “Se a discussão passou do normal e já há um grau de violência física, a coerção, a ameaça e o cárcere, deve-se interferir sim”, pontuou. Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia no disque 180. “Às vezes a vítima precisa de uma motivação para iniciar o procedimento e evitar uma situação mais grave”, finalizou a delegada Anamelka. |
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Fonte: Cidade Verde
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