*Maria Helena Veronese
A luta em busca da igualdade de gênero tem sido diária para diversas organizações e grupos sociais e políticos que promovem o debate e impulsionam mudanças importantes em prol dos direitos das mulheres. Mas é em março, mês de comemoração do Dia Internacional da Mulher, que diversos temas sobre a mulher ganham os holofotes da pauta nacional e são expostos os desafios que ainda precisamos superar.
Duas décadas após a realização da Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres, faz-se necessário renovar e ampliar os compromissos adotados na Plataforma de Ação de Pequim, que instigou os governos, o setor privado e a sociedade civil a promoverem ações transversais em um esforço conjunto para solucionar os problemas que mais afligem as mulheres ao redor do mundo. A redução da pobreza extrema, a garantia do direito à educação e à qualificação profissional, a melhoria dos serviços de saúde especializados, a proteção contra a violência e a discriminação, e a ampliação da participação das mulheres no mercado de trabalho e nas instâncias de poder são áreas que demandam nossa mais urgente atenção.
Evoluímos muito nos últimos anos, mas a verdade é que até o momento nenhum país no mundo conseguiu remediar por completo as injustiças cometidas contra as mulheres. A situação no Brasil não é diferente. De acordo com dados da ONU Mulheres, nosso País ocupa o 121º lugar no ranking de participação das mulheres na política, com uma representação feminina de pouco mais de 10% no Congresso Nacional.
No mercado de trabalho, há muito mais mulheres desempregadas do que homens e somente 25% das mulheres que trabalham fora possuem empregos formais, geralmente ganhando salários aproximadamente 30% mais baixos do que os dos homens.
No quesito violência, a situação é extremamente preocupante. A cada ano, cinco mil mulheres são assassinadas no Brasil, colocando nosso País no vergonhoso 7º lugar no ranking internacional de feminicídios – o homicídio de mulheres por questões de gênero. A atuação do legislativo para a aprovação da Lei do Feminicídio é um avanço político importante, mas ainda temos um longo caminho pela frente.
O Parlamento precisa fazer sua parte e atuar, constantemente, com os demais Poderes para auxiliar a sociedade na construção de ações concretas que de fato promovam a igualdade de gêneros e ofereçam as condições necessárias para acabar com a perpetuação da violência contra a mulher. Temos que unir esforços, não apenas no sentido do endurecimento penal, mas, também, na prevenção do crime – esse é o grande desafio: acabar com o preconceito e o machismo.
A nossa luta continua!
*Maria Helena Veronese é deputada Federal pelo PSB/RR