Conforme relatório inovador recém-lançado pelo Grupo Banco Mundial, a disparidade global do gênero no ambiente de trabalho é muito maior do que se pensava anteriormente. Quando afirmamos isso estamos nos referindo a questões relacionadas a violência e cuidados infantis. Até as economias mais ricas não oferecem oportunidades iguais às mulheres. Elas desfrutam, de apenas dois terços dos direitos legais concedidos aos homens.
Quando citamos que as mulheres enfrentam para ingressar na força de trabalho global e contribuir para o aumento da prosperidade, podemos dizer que elas desfrutam, em média, de apenas 64% das proteções legais oferecidas aos homens, muito menos que a estimativa anterior de 77%, segundo o relatório “Mulheres, Empresas e o Direito 2024” .
Há uma necessidade de medidas de transparência salarial ou mecanismos de aplicação para eliminar as disparidades salariais. A implementação eficaz das leis depende de um marco adequado que preveja mecanismos de aplicação robustos, sistemas para rastrear disparidades salariais relacionadas ao gênero e disponibilidade de serviços voltados às mulheres sobreviventes à violência.
A eliminação dessa disparidade poderia aumentar o produto interno bruto global em mais de 20%, o que, em essência, duplicaria a taxa de crescimento global durante a próxima década. O relatório identifica medidas que os governos podem adotar para acelerar o progresso rumo à igualdade de gênero no setor empresarial e na lei.
Desde 2023, governo do mundo todo demonstraram assertividade na promoção de três categorias de reformas legais para promover a igualdade de oportunidades: remuneração, direitos parentais e proteções no ambiente de trabalho.
Os resultados são piores no quesito segurança das mulheres, no qual a pontuação média global é de apenas 36, o que significa que as mulheres desfrutam de apenas um terço das proteções legais de que necessitam contra violência doméstica, assédio sexual, casamento infantil e feminicídio.
A maioria dos países também atinge pontuação baixa nas leis relacionados a cuidados infantis. Em média, as mulheres gastam, todos os dias, 2,4 horas a mais que os homens com tarefas relacionadas a cuidados não remunerados e uma grande parte dessas tarefas envolve crianças.
Há também outras áreas em que as mulheres também enfrentam obstáculos significativos como empreendedorismo. Quando se fala em remuneração, as mulheres ganham menos que os homens. Essas disparidades persistem até a aposentadoria, complicando a manutenção da qualidade de vida nessa fase da vida.
É sabido que as mulheres tendem a viver mais que os homens, mas, como recebem salários mais baixos enquanto trabalham, afastam-se do trabalho quando tem filhos e se aposentam mais cedo, acabam por fazer pensões mais baixas e sofrem maior insegurança financeira na velhice.
Isso tudo é preocupante. Temos que reverter essa situação! Governantes, reformem as leis e promulgam políticas públicas capazes de empoderar as mulheres e permitam que trabalhem mais e abram e/ou expandam suas próprias empresas. Fica a dica!
Fonte: O POVO