Dora Pires Secretária Nacional de Mulheres do PSB
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*Por Dora Pires
O 25 de julho marca o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha e no Brasil, também faz referência ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Essa data deve remeter a todos a importante reflexão do que realmente é uma sociedade justa e igualitária. Como mulheres e homens pensam sobre o crescimento do País quando os mais historicamente excluídos não são empoderados? Como ter um papel indutor no avanço do desenvolvimento social, da justiça e da igualdade?
Respostas para essas questões é que permeiam ações da Secretaria Nacional de Mulheres do PSB em relação a desigualdade, gritante, que as mulheres negras são submetidas. Nós, mulheres socialistas, contamos que a força da história nos ensine que o comportamento e não a cor é que difere as pessoas. Lutamos para que, juntos, os movimentos sociais do PSB contribuam, incansavelmente, para fazer valer o art. 5° da Constituição de 1988 que diz, “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”.
Negras e negros são agentes sociais que tiveram a própria história sobrepujada pela narrativa, enaltecida, sobre o arrojado e dinâmico empreendedorismo do homem branco no novo continente. E as mulheres negras foram, ainda mais, subjugadas. Protagonistas e fundamentais, sempre foram tratadas como coadjuvantes. E assim, foi escrita uma longa e tenebrosa história de escravidão, castigo, desigualdade, pobreza e exclusão.
Hoje, segundo o Mapa da Violência 2015, os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. Esses são números, estarrecedores, que demonstram a edificação de valores historicamente discriminatórios. Vemos aí uma combinação cruel e violenta entre racismo e sexismo e uma faceta de barbárie que nos leva a uma reflexão, ainda mais ampla, sobre os tipos de violência sofridas pelas mulheres.
Precisamos ter em mente que o disparate das desigualdades não vem da natureza e sim da cultura. Temos que agir com as ações voltadas para um futuro sem preconceito e longe da inferiorização de quem quer que seja perante a sociedade. Esse é um compromisso da Secretaria Nacional de Mulheres do PSB. Esse é um compromisso dos socialistas, que não abrem mão de lutar contra esse débito com os negros e negras nesse País. Para sermos realmente fortes temos que resgatar a dignidade de todos que fazem parte desse Brasil continental. Vamos continuar lutando, pois omissão é cumplicidade!
*Dora Pires é Secretária Nacional de Mulheres do PSB