Ministra do Planejamento cita arcabouço fiscal e reforma tributária para justificar otimismo
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta segunda-feira (12) que a equipe econômica do governo federal fez seu “dever de casa” e criou as condições necessárias para um corte de juros em agosto por parte do Banco Central.
“Estamos dando todos os elementos e condições para que o BC e o Copom possam começar a olhar com carinho. Mostrar uma tendência de queda dos juros já a partir de agora, prevendo uma queda de juros em agosto”, disse Tebet em entrevista a jornalistas depois de uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, conhecido como Conselhão.
Tebet citou a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados e o andamento da tramitação da reforma tributária na Casa como algumas dessas condições que, segundo ela, justificam um otimismo por parte de membros do Conselhão.
“O IBGE mostrou no último trimestre, surpreendentemente, um ambiente macroeconômico que não é comum acontecer. Nós tivemos um crescimento acima da expectativa trimestral de 1,9%, o que já mostra que o Brasil pode chegar, sim, ao fechamento de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] de 2% ou um pouquinho mais do que isso no final do ano, com uma inflação abaixo do projetado”, afirmou.
Tebet destacou ainda que as projeções para o PIB, combinadas com a desaceleração da inflação, são os principais elementos que podem ajudar o Copom a “analisar a possível baixa de juros nas próximas reuniões”.
ARCABOUÇO FISCAL
Questionada sobre as expectativas do governo para a tramitação do arcabouço fiscal no Senado, a ministra disse que a matéria está alinhada com a preocupação da Casa com a responsabilidade fiscal. Ela disse ainda ser um equívoco apontar que as alterações na proposta, feitas pela Câmara, abrem espaço para mais gastos por parte do governo.
“Se o arcabouço for aprovado do jeito que está, obviamente nós vamos cortar gastos o ano que vem. Mas significa que o arcabouço não vem com essa frouxidão de gastos públicos, como muitos apresentaram. Ao contrário, ele está mais restritivo. Nós vamos mostrar isso para o Senado”, afirmou.
Segundo Tebet, a inclusão do piso da enfermagem, do Fundo Constitucional do Distrito Federal e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) no arcabouço engessam parte do Orçamento federal.
“Eu diria que, até com os números oficiais, nós estamos entre 32 e 40 bilhões de reais menor do que precisamos para fechar, no ano que vem, as despesas públicas no Brasil”, completou.