Nota Oficial da Secretaria Nacional de Mulheres do PSB
A “Carta aberta da Secretaria Nacional de Mulheres do Partido Socialista Brasileiro sobre pronunciamento do deputado Flavinho (PSB/SP)”, é um documento elaborado e aprovado pela Executiva Nacional de Mulheres do PSB, em repúdio a fala do deputado Flavinho (PSB/SP), que no dia 27/04, discursou no Plenário da Câmara Federal e disse que: “as mulheres que estão lá fora, que não são feministas, como muitas aqui, a mulher ‘de verdade’, que está lá fora ralando pra sobreviver, não quer empoderamento. Ela quer ser amada, ela quer ser cuidada”. Nós, mulheres socialistas, entendemos que esse pronunciamento não é condizente com o que pensa, defende e luta o Partido Socialista Brasileiro. Desde 1989, com a criação da Secretaria Nacional de Mulheres do PSB, o Partido assume institucionalmente a defesa das lutas das mulheres e das feministas. Defendemos que ser feminista é uma característica da mulher que luta por direitos iguais entre homens e mulheres, portanto, não concordamos com o pronunciamento do referido parlamentar. Leia a carta na íntegra: Carta aberta da Secretaria Nacional de Mulheres do Partido Socialista Brasileiro sobre pronunciamento do deputado Flavinho (PSB/SP) As relações sociais entre homens e mulheres têm, ao longo do tempo, uma construção bastante desigual, impondo uma situação de submissão do sexo feminino ao sexo masculino. No passado isso era visto como natural e imutável. Com o passar do tempo as mulheres não mais aceitaram esta cultura dominante e surgiram as primeiras feministas. Ser feminista é uma característica da mulher que luta por direitos iguais entre homens e mulheres. O feminismo, teoria que sustenta a igualdade política, econômica e social entre homens e mulheres, pensa a sociedade de uma forma igualitária, onde o machismo e o poder de dominação do homem sobre a mulher não existe, onde homens e mulheres têm direitos e nenhum exerce poder sobre o outro. A busca dessa igualdade pressupõe que o poder deve ser exercido por homens e mulheres, por isso buscamos o “empoderamento” da mulher. A negação dos direitos às mulheres vem de um sistema político econômico e social que desconhece a importante contribuição feminina no desenvolvimento dos povos. Empoderar não significa masculinizar, nem querer se igualar as práticas dos homens, e muito menos, querer deixar de ser amadas, pois a necessidade de amar e ser amado é intrínseca ao ser humano, homens e mulheres. Na votação de criação da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres, dia 27/04, que não foi discutida com a bancada feminina e que representa uma vontade do presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, reconhecido por ser preconceituoso, homofóbico, lesbofóbico e machista, o deputado Flavinho, filiado ao PSB de SP (PSB/SP), fez um pronunciamento não condizente com o que pensa, defende e luta o Partido Socialista Brasileiro. Em 1989 o PSB criou a Secretaria Nacional de Mulheres e assumiu institucionalmente a defesa das lutas das mulheres e das feministas, orientando que todo o Partido, não só respeite, como procure garantir os ganhos relativos aos direitos humanos dos negros, dos LGBTs, das mulheres, dos trabalhadores, da pessoa com deficiência e toda e qualquer pessoa excluída da nossa sociedade. Portanto, nao cabe a um Partido Socialista ter em suas fileiras, pessoas com mandato ou não, que desrespeitem suas diretrizes e estatuto, que desrespeitem a luta das mulheres socialistas. Em seu pronunciamento, o deputado Flavinho afirma que: “as mulheres que estão lá fora, que não são feministas, como muitas aqui, a mulher ‘de verdade’, que está lá fora ralando pra sobreviver, não quer empoderamento. Ela quer ser amada, ela quer ser cuidada”. O deputado que se diz Cristão, muito pouco deve ter ouvido o que prega o Cristianismo e defende o Papa Francisco, bem como o que apregoa o Partido que escolheu para sua militância política. Ambos, quando falam da igualdade, falam de respeito à individualidade de cada ser humano. O deputado desconhece o que significa a palavra empoderamento. Cabe informá-lo que o empoderamento da mulher trata de lhe dar a mesma condição de poder de decisão que coube apenas ao homem durante longo tempo da história da humanidade. Diferente do pensamento machista que por longo período determinou que o lugar da mulher era na cozinha, na condição de esposa e mãe, como ainda enaltecem alguns veículos de comunicação, afirmando que as mulheres para serem ideais devem ser “belas, recatadas e do lar”, hoje, nós mulheres pensamos que LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER, ONDE ELA DESEJAR ESTAR, ONDE SE SENTIR BEM. Para os filiados ao PSB que não concordam com o verdadeiro socialismo, sugerimos que busquem um partido com quem tenham afinidade ideológica, pois estão no partido errado. As mulheres socialistas repudiam, de público, o pronunciamento do referido deputado, reafirmando que o seu entendimento não é o ideário socialista e nem dos homens e mulheres que integram o Partido Socialista Brasileiro. Brasília, 02 de maio de 2016 EXECUTIVA NACIONAL DE MULHERES Dora Pires (PE) Secretária Nacional de Mulheres do PSB
Francileide Passos (MT) Secretária Geral
Sandra Gomes (AL) Primeira Secretária
Laura Gomes (PE) Secretária de Finanças
Ely Almeida (AP) Coordenadora de Formação Política
Anabel Lorenzi (RS) Coordenadora de Comunicação
Maria Salete Ramos da Silva (SP) Coordenadora de Movimentos Sociais
Sandra Maria Coelho Nunes (SE) Coordenadora de Raça e Etnia
Regina Flores (RJ) Coordenadora de Eventos
Mari Machado (RS) Coordenadora de Relações Internacionais
Silvana Teixeira (PI) Coordenadora de Mobilização |
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Secretaria Nacional de Mulheres do PSB
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