CARTA DAS JUVENTUDES Excelentíssimos presidenciáveis Sr. Eduardo Campos e Sra. Marina Silva, As juventudes são uma parcela da população que representa 27% da sociedade brasileira e que conquistou, ao longo dos anos, o seu direito à participação democrática nas decisões políticas do Brasil: o seu próprio Estatuto da Juventude. Ao longo da historia do Brasil, as juventudes estiveram à frente das grandes transformações sociais, como na luta contra a ditadura, as Diretas Já, o Fora Collor, os movimentos culturais das últimas décadas e as recentes manifestações de Junho. Dados da pesquisa Perfil da Juventude revelam que 54% da Juventude consideram a política “muito importante” e 33 % “mais ou menos importante”, o que nos leva a considerar que há grande interesse na participação, mas que não existem condições que a favoreçam. Existe ainda um forte sentimento de decepção com a prática da política, que não se liberta das amarras burocráticas, do fisiologismo e dos interesses particulares dos velhos políticos que não largam as estruturas e não promovem as reais transformações que o Brasil necessita para combater as injustiças e proporcionar qualidade de vida digna para a população. Em 20 de outubro de 1952, Che Guevara escreve para a Juventude e afirma: “É necessário que tenha a consciência de dever para com a sociedade, com os seres humanos, com a humanidade. Sensibilidade para identificar os problemas e injustiças; inconformidade e espírito guerreiro contra todo e qualquer formalismo. O jovem deve sempre ser um exemplo vivo, um espelho para os mais velhos que já perderam a sua jovialidade, o entusiasmo juvenil, e a fé na vida e que, frente a esses exemplos, acabam sempre por reagir bem. Ser jovem é essencialmente humano, ser tão humano que este sentimento seja capaz de purificar o próprio homem através do trabalho, do estudo, do exercício de solidariedade para com seu povo e todos os povos do mundo. É desenvolver o máximo a sua sensibilidade e sentir-se entusiasmado frente a uma injustiça cometida em qualquer canto do mundo, mas também sentir-se entusiasmado quanto, em algum canto do mundo, se alçar uma nova bandeira.” Nós, jovens que acreditamos em Eduardo Campos e Marina Silva, escrevemos esta carta para nos responsabilizar em sermos esses jovens humanos, sensíveis e guerreiros com coragem para lutar pelo Brasil que queremos. Afirmamos o compromisso para promover as reais transformações que se fazem necessárias. Precisamos unir esforços pela melhoria da Educação, erradicar o analfabetismo no Brasil e afirmar que é mais importante destinar mais recursos para a educação pública e para garantir o passe-livre para nossos estudantes do que gastar com juros e bancos. Lutaremos para ampliar nossas universidades e escolas técnicas, para qualificar e humanizar a assistência estudantil e para criar programas que possibilitem a construção, manutenção e ampliação das creches-escola, das casas dos estudantes e do atendimento de saúde ao estudante. Queremos uma escola integral, uma universidade que pense e se integre com nosso país e com nosso povo, tendo a democracia como valor e princípio para toda a comunidade acadêmica nas tomadas de decisões e servindo à população. Nossa juventude precisa de cultura. Queremos produzir, inovar, conhecer e, desta forma, nos libertar. É hora de pensar formas de garantir que aquilo que de melhor é produzido pelo nosso povo circule, se apresente e possa superar as barreiras impostas pela grande indústria cultural estrangeira. Hoje a juventude negra é assassinada e perseguida na periferia de nossas cidades. Chega desse extermínio. Vamos nos unir e construir um grande pacto em defesa da vida, em defesa da juventude negra e combater essa violência, fruto de preconceito, da falta de oportunidade e do aumento da criminalidade. Nesse pacto pela vida, devemos combater todas as formas de opressão, seja de gênero, classe, etnia e orientação sexual. É preciso democratizar ainda mais o acesso da juventude e da população às tecnologias da informação. A inclusão digital é um dos caminhos para o cidadão alcançar a sua cidadania plena, como por exemplo, a busca por emprego e oportunidades, fiscalização das ações do governo e até mesmo de participação na tomada de decisões. Além de ser um meio para complementar sua formação e ampliar significativamente os projetos das “Cidades Digitais” e expandir e qualificar os “CID” – Centro de Inclusão digital. Queremos nos organizar, lutar por um país melhor, reivindicar melhores condições de vida para todas brasileiras e brasileiros. Mas queremos principalmente construir esse Brasil novo com a mão na massa! É preciso investir na participação juvenil, fazendo com que o Estado absorva as reivindicações da sociedade e institucionalize as políticas públicas, tornando-as políticas de Estado e de forma alguma criminalizar os protestos, garantindo a liberdade de manifestação. E, principalmente, que se construa uma reforma política que combata a força do poder econômico, que garanta espaço para a juventude governar e opinar ainda mais sobre este país. Eleições milionárias, máquinas eleitorais e o apoio da grande mídia só interessam aos que hoje dominam as estruturas de poder. Queremos cuidar do Brasil não somente para a nossa geração, mas também para as gerações futuras, precisamos fazer a nossa parte para garantir um ambiente ecologicamente equilibrado, com nossas cidades sustentáveis e nossas florestas em pé, servindo de exemplo para o planeta e afirmando que meio ambiente e desenvolvimento caminham juntos. Precisamos garantir a implementação do Programa Nacional de Juventude pelo Meio Ambiente, combater as mudanças climáticas, cuidar das nossas águas, respeitar a nossa diversidade socioambiental, garantir a cultura e terra para os nossos parentes indígenas, educação ambiental, saneamento básico, agricultura ecológica, energia sustentável, combate ao desmatamento e outras ações para garantir a sustentabilidade do nosso país. As juventudes estão com Eduardo e Marina para construir uma vida melhor, cidades e escolas mais dignas, uma nação mais justa e pessoas mais felizes. Hoje estamos aqui apresentando esta Carta, com nossas reivindicações, compromissos e ideias para juntos alcançarmos o país de nossos sonhos, mas principalmente para apresentarmos, a nossos candidatos, a vontade de construir essa caminhada até a vitória e, depois, continuarmos o projeto de transformaçãoque o Brasil precisa. “Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida”. Carta da Terra
São Paulo, 31 de Julho de 2014.
Equipe 40
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Fonte: PSB Nacional
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