As presidentes-executivas mulheres enfrentam probabilidade de demissão mais alta que seus colegas homens, constatou uma pesquisa feita nos Estados Unidos. Um estudo sobre as 2.500 maiores empresas de capital aberto em termos de valor de mercado constatou que, nos dez últimos anos, menos de 30% dos homens que ocupavam postos de presidência executiva foram demitidos, enquanto entre as mulheres a proporção de demissões ficava próxima dos 40%. Um dos casos mais conhecidos de é o de Carol Bartz (foto), que foi demitida da presidência-executiva do Yahoo! em 2011 em função da insatisfação dos investidores com o desempenho desse grupo de internet durante o período da sua gestão. Outro caso que teve bastante repercussão foi o de Anne Lauvergeon. Ela foi substituída no comando da Areva, a companhia nuclear francesa, quando o governo daquele país decidiu apertar seu controle sobre a gestão da companhia. APOSTASPer-Ola Karlsson, coautor do estudo da Strategy&, consultoria até recentemente conhecida como Booz & Company, mencionou duas causas principais para a proporção maior de mulheres demitidas da presidência das grandes empresas. Karlsson disse que uma dessas causas era o “fator benefício da dúvida”. Em parte devido a pressões culturais e políticas em alguns países, companhias muitas vezes se mostram dispostas a apontar uma mulher para um posto de comando -a ponto de se disporem a fazer uma escolha ousada, com maior probabilidade de não funcionar. “As companhias em média podem assumir um risco maior quando desejam ter uma mulher em seu comando executivo, e em alguns casos esse risco acabou se confirmando na realidade”, apontou Karlsson. O consultor disse também que o segundo motivo para a maior proporção de mulheres demitidas nas grandes empresas é que a cultura dos conselhos de administração continua a ser esmagadoramente masculina. “Com base em conversas com muitas mulheres que detêm postos importantes em empresas, é um ambiente difícil em que trabalhar, e nem todo mundo oferece o apoio esperado”, ele disse. As mulheres responderam por apenas 3% dos presidentes-executivos indicados para as companhias estudadas, em 2013, ante 4,2% das indicações no ano anterior. Mas a Strategy& projeta que a mudança nas pressões sociais e a presença crescente de mulheres em funções educacionais e de negócios de primeiro escalão resultará em presença de um terço de mulheres nas novas indicações para presidência-executiva em 2040. |
Fonte: Folha de S. Paulo
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