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* Por Maria Luiza Loose (Malu)
Mais um 8 de março! Muito já foi conquistado sim, mas ainda há muito no que avançar. A autonomia, a igualdade no mundo do trabalho e a cidadania parecem algo natural, estabelecido e afirmado, porém a realidade aponta para o oposto: somos uma força de trabalho ainda barata, desprestigiada, e que precisa ser tratada com dignidade e igualdade de oportunidades. Para mudarmos esse cenário temos desafios, tais como o fomento à agropecuária, à economia solidária, à divisão do trabalho doméstico, à inclusão produtiva, além de tantas outras ações que podem e devem servir de referência para incrementar a luta feminista em todo o país.
No aspecto do poder público, por exemplo, nós, mulheres socialistas, defendemos que os poderes executivos destinem percentual orçamentário para programas voltados às mulheres em situação de vulnerabilidade, bem como o acompanhamento de programas e políticas públicas voltadas para garantir a participação com equidade e respeito à pluralidade. Além disso, é imprescindível garantir cuidados com as crianças até 12 anos, em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e atuar em defesa da instalação e o pleno funcionamento das Casas de Acolhimento. Ampliar a rede de atendimento e serviços de proteção contra a violência à mulher, defendendo a aplicação intransigente da Lei Maria da Penha, é outra medida fundamental. Soma-se a isso, outra bandeira historicamente defendida pelo PSB: a participação ativa das mulheres nos debates e no protagonismo da política nacional bem como a qualificação para a busca dos espaços de poder disponíveis na sociedade. Em outras palavras, precisamos de mais mulheres vereadoras, deputadas, senadoras, criando leis para mulheres. E de mais prefeitas e governadoras que garantam a execução das medidas e a popularização da igualdade de gênero.
É preciso, ainda, investir na educação, na ruptura cultural que coloca a mulher como submissa ao parceiro. Temos que assegurar que, em todo o material pedagógico destinado às escolas, a abordagem feminina respeite a transversalidade: a diversidade de gênero, raça/etnia, religiosidade, orientação sexual, geracionais e portadoras de necessidades especiais. Precisamos estar atentas, também, para combatermos os meios de comunicação que reproduzem estereótipos machistas, além de estimularmos, através do poder público, a discussão da Lei n 10.639 (Estatuto da História da África nos currículos escolares).
Sabemos que os desafios são enormes e, embora muito já tenhamos avançado, ainda há muito a fazer e de maneira urgente. Para que nossos planos, objetivos, ideias e sonhos saiam do papel, contamos com a participação dos homens neste desafio. A força da mulher e a sua capacidade de lutar, de enfrentar e superar os desafios do cotidiano, consagra o clichê de que ‘o dia internacional da mulher precisa ser celebrado todos os dias’. Esperamos que no próximo dia 8 de março tenhamos ainda mais motivos para comemorar e nos inspirar para seguirmos lutando: lugar de mulher é onde ela quiser e se sentir bem, sem violência, com liberdade e livre de preconceitos. Avante, mulheres socialistas!